A organização não governamental Movimento Organizado pela Moralidade Pública e Cidadania (Moral) informou que vai pedir ao Ministério Público Estadual (MPE) e ao Tribunal de Contas do Estado (TCE) uma investigação na Câmara e outra na prefeitura de Cuiabá sobre uma suposta obstrução de investigações. O presidente da entidade, Gilmar Brunetto, acusa tanto aos vereadores quanto ao prefeito, Emanuel Pinheiro, de estarem atuando para ludibriar a população e enterrar de vez a investigação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que apura a origem de vídeos onde o autal prefeito estaria recebendo propina junto a outros deputados estaduais durante a gestão do ex-governador Silval Barbosa (2010-2014).
Segundo Brunetto, outro ponto de conflito de interesses seria o fato de um dos integrantes da CPI, o vereador Mário Nadaf, ser casado com uma servidora comissionada da Prefeitura, Kelly Sabrina Vieira de Lima, cujo salário é superior a dez mil reais.
Vieira de Lima estaria lotada na diretoria da Secretaria de Gestão do município, sustenta Brunetto à repórter Camila Piacenti, da rádio Capital FM.
Para a entidade, as duas instituições pretendem frear de todas as formas a investigação em torno do então deputado e do atual prefeito. “Conseguimos na época fazer com que a audiência fosse aberta, foi uma provocação da ONG Moral, quando indicaram Adevair, suspeitávamos da atitude dele, mas esquecemos de suspeitar do Nadaf, porque não sabíamos que a esposa dele era empregada da Prefeitura”, disse em entrevista.
Para ele, a votação de Nadaf seguindo a sugestão do Justino Malheiros, de suspender a fase de oitivas, Adevair Cabral seguiu o voto e encerraram os trabalhos dessa fase sem ouvir nem o prefeito Emanuel Pinheiro, nem outras figuras-chave, como funcionários ligados ao citado Instituto Mark, Marco Polo Pinheiro, nem o amigo e motorista Joilson “Coxinha”.
“Fica mais que claro que existe um toma lá dá cá entre a Prefeitura e determinados vereadores da Câmara com nomeações. É muito obscuro isso e o deixa sem isenção nenhuma de atuar na investigação contra o prefeito”, explica.
A esposa de Nadaf é contratada como DGA 2 e recebeu em janeiro R$ 25 mil de remuneração.