As ações de combate ao surto de dengue, zika vírus e febre chikungunya no município de Várzea Grande, iniciada no dia 2 de fevereiro, já traz resultados positivos de redução do número de notificações das três doenças, quando comparadas as notificações mês a mês. Em janeiro de 2018 foram registradas 4.027 notificações das doenças. Já em fevereiro foram registrados 2.921 casos, uma queda de 27,5% em relação ao primeiro mês do ano. O primeiro Levantamento Rápido do Índice de Infestação por Aedes aegypti (LIRAa) apresentou um índice de 6.1%, considerado de risco, sendo que o máximo tolerável seria de 3.99%.
Para o secretário municipal de Saúde, Diógenes Marcondes, a redução, mesmo que pequena, nos casos dessas três doenças, apontada no último boletim epidemiológico, pode ser atribuída a um conjunto de fatores, como a intensificação de ações de casa-em-casa no combate aos criadouros, a mobilização da nossa população e o apoio no realinhamento das ações dado pelo Ministério da Saúde e equipes da secretaria Estadual de Saúde.
“Entre as mudanças estão a utilização da pulverização espacial UBV – fumacê. São boas estimativas, mas isso não quer dizer que não há riscos. Estamos trabalhando para reduzir as notificações e combater o mosquito, com a participação das secretarias municipais de Meio Ambiente, Serviços Públicos e Infraestrutura. A Atuação em conjunto com a secretaria de Saúde nos permitiu planejar melhor, fora a participação da população nas ações de prevenção e combate ao Aedes aegypti que está sendo fundamental. Nenhum poder público pode enfrentar sozinho a eliminação dos focos do mosquito transmissor, Aedes. O cuidado dever ser constante, em especial a eliminação de locais com água parada que servem de criadouros do mosquito”, informou o secretário.
Explicando ainda, Diógenes Marcondes, que o controle químico é necessário, pelos altos índices. “Vamos continuar até dar cobertura de 100% da cidade. Com todas as equipes nas ruas de nebulização aérea (fumacê), costal, e casa-em-casa vamos caminhando para índices maiores de redução. Continuamos reforçando as visitas domiciliares e ampliando as ações de monitoramento e combate. No realinhamento das ações iniciamos a Força-Tarefa na Região do São Mateus, e após no Jardim Eldorado, onde foram registrados mais casos de doenças. Nesta próxima semana entraremos na Região Centro Sul”.
A Gerente da Vigilância Epidemiológica do Hospital e Pronto-Socorro Municipal de Várzea Grande, Relva Cristina, disse que as ações estão sendo desenvolvidas por setor, sendo quatro etapas por setor. As regiões do São Matheus e Jardim Eldorado já receberam 100% de cobertura das ações e fiscalizações. “Todas as ações são realizadas e refeitas antes de se avançar para o próximo setor, a exemplo do fumacê que é aplicado por ciclos, e são repetidos, o mesmo é feito na ação de casa-em-casa, onde os Agentes de Endemias e de Saúde repetem a ação. Paralelamente estão sendo realizados os mutirões de limpeza. Já foram recolhidas cerca de seis toneladas de lixo e entulho. Outra iniciativa importante são as notificações aplicadas aos proprietários de terrenos baldios e ainda à condutores dos caminhões de descarte ilegal de lixo que são responsabilizados a fazer a coleta de todo material descartado”, explica a gerente epidemiológica.
O fumacê, nome popular para a pulverização espacial UBV, é um procedimento que consiste na liberação via aérea de gases, que agem, por contato, atingindo os mosquitos adultos em voo. A ação do produto só é efetivada quando o inseticida está em suspensão no ar e isso mata o mosquito. “O inseticida não mata as larvas do Aedes aegypti, que estão em caixas d’água, potes, baldes, pneus, lajes. Cerca de 90% dos focos estão localizados nas residências. Portanto, a população deve continuar em alerta e contribuindo para evitar focos do mosquito, que estão diminuindo graças ao trabalho de todos”, alertou Relva.