Está para existir população que goste mais de futebol do que os brasileiros. As manifestações de carinho e paixão pelo esporte são feitas através de suas grandiosas torcidas organizadas, tanto nas cidades-sede dos times quanto em outros municípios do Brasil. Os locais que recebem os “fanáticos” por futebol são, em sua maioria, vistos como casas e todos se veem como uma grande família reunida para torcer pelo time do coração.
Mesmo longe dos grandes centros do esporte, elas fazem as festas em suas sedes, com gritos de apoio e batuques a cada segundo da partida. O Circuito Mato Grosso visitou uma das principais torcidas organizadas do Brasil, a Mancha Verde (torcida da Sociedade Esportiva Palmeiras), na vitória de 3×0 na estreia do time na Libertadores fora de casa contra o Junior Barranquilla, na Colômbia.
No local são proibidas roupas pretas, por remeter ao principal rival, o Corinthians. Conforme o presidente da Mancha, Valney Mayko, conhecido como “Ney”, em dias de jogos menos importantes são recebidas em torno de 50 a 60 pessoas, já em clássicos e jogos decisivos pode chegar até mil pessoas.
Na entrada tem o controle de portaria, o valor é simbólico (R$ 3), que é revertido em estrutura do local. “Tudo aqui é da Mancha, bar, loja, instrumentos, entre outras coisas. Nós organizamos caravanas para São Paulo e também vamos para a Argentina, no jogo contra o time do Boca Juniors. Somos uma extensão da torcida paulista”, conta.
Ney disse que a torcida organizada tem 150 membros ativos e é exigido respeito no local, senão o frequentador sofre consequências. “A torcida me ensinou a ser leal, o Palmeiras me ensinou a ser fiel em tudo que vou fazer. Somos família e família é coisa pra ser levada a sério. Para ser um ‘mancha’, tem que ser do mesmo jeito que nós, a máscara cai, como já caiu de muitos aqui”, declara o presidente.
Já a Associação Corintianos de Tchapa e Cruz (ACTC) tem 5 mil associados. A sede funciona em um bar, que é chamado de ‘Vai Corinthians’, ponto de encontro para os jogos. O maior público foi no jogo da final do Mundial de Clubes da Fifa de 2012, quando o Corinthians venceu o Chelsea da Inglaterra por 1×0. “Neste jogo 600 pessoas dentro da sede e cerca 4 mil fora”, conta o diretor da associação, Victor Hugo.
Segundo Victor, tudo começou em 2005 com algumas pessoas assistindo jogos na casa de um amigo, posteriormente começaram a assistir jogos em bares, até conseguir a sede. “Hoje viajamos várias vezes ao ano para assistir jogos na Arena Corinthians e também em jogos internacionais na Colômbia, Chile, Argentina, entre outros”, relata.
A entrada para acompanhar os jogos do Corinthians custa R$ 5 cada pessoa, por mês custa R$ 70 e tem o pacote anual de R$ 200. A sede fica localizada na Rua Manoel Leopoldino, nº 343, bairro Araés, em Cuiabá.
O presidente da torcida Flanáticos-MT (torcida organizada do Flamengo), Flávio Raio, disse que o grupo tem nove anos de fundação e é a maior torcida organizada do clube no estado e a única a receber o certificado do clube carioca.
“Fizemos várias ações sociais durante o ano passado e este ano também, a ideia nossa é ser uma família, cantar e torcer pelo Flamengo juntos. Fazemos vários trabalhos para entidades carentes e para crianças, como aconteceu recentemente quando arrecadamos brinquedos e demos para crianças de uma creche”, relata.
Quem quiser acompanhar os jogos junto à torcida rubro-negra pode ir ao Posto Anapolina localizado na Avenida Miguel Sutil na rotatória de entrada do bairro Cidade Verde, em Cuiabá.
A torcida Ira Jovem, do Vasco da Gama, tem 25 pessoas associadas, porém muitos frequentam o local durante os jogos. “Mesmo a distância, nós queremos dar o maior apoio possível para o time, nós sentimos que fazemos a diferença”, conta o líder da Província de Cuiabá.
Para quem quiser acompanhar os jogos com a torcida vascaína, ela se encontra no CPA II, próximo ao ponto final da Alice Freire.