A Polícia Civil por meio da Delegacia de Homicídio e Proteção a Pessoa (DHPP) realizou na manhã desta quarta-feira (07) em Cuiabá-MT, a prisão de Matheus Rodrigues Pinto, conhecido pelo apelido de “Batata”, suspeito de ter sido o mandante do assassinato da jovem Viviane da Silva Ângelo, 18, grávida de sete meses que foi encontrada morta na Ponte de Ferro.
Segundo as informações, o mandado de prisão foi cumprido na residência de Batata localizada no bairro Quilombo na capital. No momento que Matheus foi detido, a companheira dele se encontrava no imóvel e também foi encaminhada a DHPP.
A operação ainda busca por outros dois criminosos que praticaram feminicídio, porém para não atrapalhar os trabalhos, os nomes dos suspeitos não foram revelados pela polícia. Os detidos serão encaminhados também a DHPP onde deverão prestar depoimento a delegada Juliana Chiquito Palhares.
De acordo com a delegada, Juliana Chiquito Palhares, a DHPP está dando prioridade aos casos de feminicídios. “Foram 6 casos ocorridos esse ano (Em Cuiabá) e todos estão com autoria definida. Em dois casos, os autores suicidaram após o crime. Os outros quatro casos os autores foram identificados, sendo em um deles realizada a prisão em flagrante do executor”, informou Juliana.
MAAT
O nome da operação faz alusão a Maat, deusa da verdade, da justiça, da retidão e da ordem. É a deusa responsável pela manutenção da ordem cósmica e social.
Dados da Secretaria Estadual de Segurança Pública (Sesp) apontam que de janeiro até o dia 25 de fevereiro, 16 mulheres foram mortas vítimas de feminicídio no estado. O número alarmante, dá uma média de uma mulher morta a cada três dias.
Legislação
Os assassinatos de mulheres marcados pela condição de gênero passaram a ser enquadrados com a Lei 13.104/2015, que atribuiu punição especial pelo fato do homicídio ser praticado contra mulheres pela condição do sexo feminino. Foi acrescentado o inciso VI (Contra a mulher por razões da condição de sexo feminino) ao § 2º do art. 121 do Código Penal. No § 2º- considera-se que há “razões de condição de sexo feminino” quando o crime envolve: I – violência doméstica e familiar; II – menosprezo ou discriminação à condição de mulher.
MORTE DE GRÁVIDA
Viviane deixou a casa de sua avó no Jardim Vitória na sexta-feira (16/02) e não retornou mais e tão pouco atendia as ligações. Familiares e amigos fizeram correntes nas redes sociais a fim de localizar a jovem, porém não obtiveram êxito.
A gestante antes de sair de casa disse para a avó que iria para a casa da mãe, mas também não chegou ao destino. Na tarde de domingo (18/02) a polícia recebeu uma denúncia que levou até o corpo da garota.
No local o corpo já estava em avançado estado de decomposição. A partir deste momento a DHPP iniciou as investigações a fim de elucidar o homicídio. Até o momento nenhum suspeito foi preso ou identificado pela Polícia Civil.
A delegada responsável pelo inquérito Alana Cardoso relatou que já apura o depoimento do mototaxista como também trabalha com uma investigação de pessoas próximas a Viviane.
SUSPEITOS MORTOS
Em vídeos que circularam na internet no final de fevereiro, mostram o mototaxista que chegou a prestar depoimento na DHPP como testemunha do crime, e outro homem sendo torturados e mortos por participarem da morte de Viviane, inclusive uma das vítimas ainda assume a autoria do homicídio por ciúmes da jovem.
Durante o interrogatório dos criminosos o mototaxista manteve a versão apresentada a delegada na oitiva, e relata durante o interrogatório dos criminosos, que apenas deixou a garota no local do homicídio e voltou para casa.
Quem interroga as vítimas, são membros que se dizem da facção Comando Vermelho Mato Grosso (CV-MT), e inclusive um dos mortos conhecidos pelo apelido de ‘Rubinho’ confessa que matou a jovem por ciúmes.
Em outro vídeo, as vítimas estão em um matagal amarradas e um criminoso do CV-MT chamado pelo apelido de João com um facão nas mãos começa a cortar a cabeça do mototaxista até arrancá-la, e em seguida, o mesmo procedimento é feito com Rubinho que confessou ter matado a grávida.
O vídeo da execução, tem pouco mais de um minuto e meio e a todo tempo, os assassinos gritam que é “tudo dois” alusão a facção criminosa, e ainda dizem, que estão fazendo a represália por ter matado uma mulher grávida, que é inaceitável pela “lei” da facção.
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