O Promotor de Justiça Arnaldo Justino da Silva, do Gaeco de Mato Grosso, afirmou que o cabo Gerson Correa Jr. era o prinicipal responsável pelos Grampos em Mato Grosso. Porém negou que o cabo soubesse que estava envolvido em um esquem ilegal. O promotor frisou o total compromisso de Gerson com o trabalho e disse que o cabo sempre foi um profissional correto. Segundo Arnaldo Jusitino, o cabo sempre tratou todos os processos de interceptações da mesma forma e desconheceria o esquema ilegal. "O cabo Gerson sempre foi um profissional dedicado e respeitado por todos que trabalhavam com ele. Investiguei vários processos do Gaeco levantados por ele e nunca percebi nada que colocasse a conduta profissional dele à dúvida de reprovação", afirmou.
Arnaldo Justino citou os coronéis Evandro Lesco e o Tenente-coronel Januário Batista. Disse que trabalhou com os réus no Gaeco e que todos realizavam vários predidos de interceptações todos os dias. Se eram ilegaous ou não, o promtor não soube dizer.
Os depoimentos que acontecem na manhã desta terça-feira (02/03) no Fórum de Cuiabá são referentes as testemunhas de um dos processos derivados da Operaçao Malebolge. O Juiz Murilo Mesquita da 11ª Vara Criminal Especializada em Crimes Militares de Cuiabá é o responsável pela audiência.
O promotor de Justiça é um dos três membros do Ministérío Público Estadual (MPE) arrolado para ser ouvido no processo. No caso, como testemunha de defesa de Gerson Correa, o único dos miliates envolvido no "Escândalo dos Grampos" que continua preso. Gerso foi integrante do Núcleo de Inteligência da PM e teria assinado alguns pedidos de grampos à Justiça.
As escutas ilegais começaram nas eleições de 2014
A Existência de suposta central clandestina de grampos telefônicos em Mato Grosso veio à tona no 11 de maio (2017), quando o governo do Estado anunciou a exoneração do ex-chefe da Casa Civil e primo do governador de Mato Grosso, Paulo Taques. Sua saída foi anunciada como um acordo entre Paulo e Pedro Taques, para que o homem forte do Executivo deixasse o Palácio Paiaguás e cuidasse pessoalmente das investigações envolvendo a suposta “arapongagem”.
As escutas ilegais teriam começado no período das eleições de 2014, quando Silval Barbosa (PMDB) ainda era governador e Taques disputava as eleições. Em 2015, novos nomes foram incluídos nas escutas. Segundo a denúncia, o esquema de escuta teria o envolvimento direto de pelo menos três policiais militares: os cabos Gerson Luiz Ferreira (do qual se trata a oitiva desta terça) e Clayton Dorileo Rosa de Barros, e a sargento Andrea Pereira de Moura Cardoso.
Desde então novos nomes foram inclusos no esquema, segundo o STJ e o TJMT,a pedido do ex-secretário da Casa Civil, Paulo Taques. Os contatos supostamente inseridos de forma criminosa foram chegam a até 100 números telefônicos entre eles: a deputada Janaina Riva (PMDB); o advogado eleitoral José do Patrocínio; o jornalista José Marcondes dos Santos “Muvuca”; o atual secretário municipal de Trabalho e Desenvolvimento Humano de Cuiabá, Vinicius Hugueney (PP); o assessor do deputado Wagner Ramos (PR) Eduardo Gomes Silva Filho; o assessor especial da Secretaria de Estado de Educação (Seduc) Romeu Rodrigues da Silva; a jornalista Larissa Malheiros Batista; Kely Arcanjo Ribeiro Zen, filha do ex-bicheiro João Arcanjo Ribeiro; os servidores da Assembleia Legislativa Mario Edmundo Costa Marques e Carlinhos Bergamasco (já falecido); o desembargador aposentado José Ferreira Leite; e a gerente de Inteligência e Contra-Inteligência da Casa Militar, Claudia Rodrigues de Gusmão. E, a suposta amante de Paulo Taques, uma empresária que teria tido um relacionamento amoroso com o ex-secretário-chefe da Casa Civil Paulo Taques, Tatiane Sangalli.