A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), que apura supostas quebra de decoro e obstrução da Justiça por parte do prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB), vai analisar nessa quarta-feira (28), a partir das 9 horas, os requerimentos para novas oitivas. Entre os nomes que poderão ser ouvidos nos próximos dias estão o do irmão do Prefeito, Marco Polo Pinheiro, "Popó", o ex-deputado José Riva e o deputado estadual Daltinho de Freitas e o motorista "Coxinha", que foi alvo de desentendimentos durante o depoimento de ex-chefe de gabinete do governador, Silvio Correa e o ex-secretário de Indústria, Comércio, Minas e Energia, Alan Zanatta.
Serão analisados ainda o requerimento para as convocações dos ex e atuais deputados citados pelo ex-governador e do irmão do prefeito e proprietário do Instituto Mark, Marco Polo Pinheiro, bem como o convite para o próprio Emanuel Pinheiro comparecer à CPI. Além disso, serão analisados os requerimentos com os pedidos de afastamento do vereador Adevair Cabral da relatoria da comissão.
Para o presidente da CPI, vereador Marcelo Bussiki (PSB), as deliberações são mais um processo legal e necessário para o andamento dos trabalhos da CPI. “A apuração dos fatos está sendo feita e precisamos de um melhor esclarecimento de determinados fatos que vieram à tona com essas três oitivas realizadas pela CPI. Por isso a necessidade de novos depoimentos”, disse.
Condução Coercitiva
Serão analisados 11 requerimentos apresentados por vereadores e organizações sociais, e as defesas dos investigados à Comissão de Inquérito. Entre eles está o requerimento para marcar a data da oitiva do servidor Valdecir Cardoso de Almeida, responsável por enquadrar a câmera usada para gravar o prefeito Emanuel Pinheiro recebendo maços de dinheiro e os colocando no paletó.
O dinheiro seria suposta propina oriunda do programa MT Integrado, para que Emanuel Pinheiro apoiasse os projetos do Executivo na época em que era deputado estadual, conforme depoimento do ex-governador Silval Barbosa durante a oitiva realizada no último dia 23.
Os trabalhos serão conduzidos por Bussiki, pelo relator, vereador Adevair Cabral, e pelo membro, vereador Mário Nadaf. As deliberações ocorrerão no plenário da Câmara de Cuiabá e serão públicas.
Confira os requerimentos a serem apreciados:
Requerimento para deliberar nova data para oitiva do Valdecir Cardoso (Defesa de Valdecir)
Requerimento para convocação do Marco Polo Pinheiro, "Popó" (Defesa do prefeito)
Requerimento para convocação do ex-deputado José Geraldo Riva (Presidente da CPI, vereador Marcelo Bussiki)
Requerimento para convocação do deputado Daltinho de Freitas (Vereador Dilemário Alencar)
Requerimento para convocação do Cleberson, vulgo Coxinha (Vereador Abílio Júnior)
Requerimento para convocação dos deputados citados por Silval Barbosa na CPI (Vereadores Elizeu Nascimento e Jamilson Moura)
Requerimento para convite ao prefeito Emanuel Pinheiro (Vereador Felipe Wellaton)
Requerimento para acareação entre Silvio Correa e Allan Zanatta (Vereador Dilemário Alencar)
Requerimento para afastamento do vereador Adevair Cabral da relatoria da CPI (Vereador Felipe Wellaton e Ong Moral)
Requerimento para o compartilhamento do depoimento de Silval Barbosa e Silvio César Côrrea Araújo com o Ministério Público Federal (Vereador Diego Guimarães)
Requerimento para que os vereadores apresentem previamente a CPI as perguntas a serem destinadas aos futuros depoentes (Vereador Jamilson Moura)
Acarreação e quebra do sigilo
Uma das propotas da CPI da Câmara Municipal de Cuiabá,é promover uma acareação entre as duas figuras principais do escândalo. Silvio Corrêa (ex-chefe de gabinete do ex-governador Silval Barbosa) e Alan Zanata (ex-secretário estadual de Indústria, Comércio, Minas e Energia – Sicme). Nas ultimas oitivas, ambos entraram em contradição em seus depoimentos e serão ouvidos novamente. A decisão foi sugerida pelo vereador Dilemário Alencar (Pros).
Durante o seu depoimento, Zanata respondeu, claramente irritado, à pergunta incisiva do vereador Gilberto Figueiredo (PSB): “precisamos determinar aqui quem está mentindo, o senhor ou o Silvio?”. Figueiredo referia-se ao choque entre as afirmações de um e de outro sobre quem teria manifestado desejo do encontro que culminou na gravação de áudio apresentada por Zanata como espécie de contraprova ao vídeo em que Emanuel Pinheiro aparece derrubando maços de notas de R$ 50 do bolso de seu terno e que fora apontado por Silvio, com todas as letras, como prestação de uma “propina de R$ 600 mil”.
Além deste requerimento, a CPI ainda deve analisar se vai objetificar ou não a quebra de sigilo telefônico de Zanata para comprovar as conversas com outro assessor do grupo, Cleberson, chamado de “Coxinha”, durante quase toda a oitiva da CPI.
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