Opinião

Vem campeã por aí? Segunda é dia…

Lucinha Nobre e Marlon Lamar: lá vem Portela e é melhor se segurar…"

No carnaval carioca a maioria das campeãs sai das escolas que desfilam na segunda-feira Não é lenda, é matematicamente comprovado. Por isso, as escolas sempre preferem essa noite no sorteio da Liesa.

Imaginem o que acontece quando temos duas campeãs (uma de cada noite) e nenhum escola desce,por decisão coletiva das componentes da Liga no último carnaval, na hora de definir as chaves. Nessa segunda noite de desfile se apresentam as 6 agremiações restantes.

É bom lembrar que, por conta do número de escolas que estão no Especial, para que o grupo retorne às 12 concorrentes usuais, com a subida da Campeã do Acesso desse ano, duas escolas cairão. É briga feia para chegar ao topo. De foice na lanterna…  

Estas são as concorrentes de segunda-feira:

“Um coração urbano: Miguel, o Arcanjo das Artes, saúda e povo e pede passagem”, da Unidos da Tijuca, abre a segunda noite na Sapucaí. Num refrão, a intenção de dar a volta por cima e novamente protagonizar um carnaval: “As lágrimas de outrora já não rolam mais, se rolarem é de emoção”, referência ao segundo acidente com carro alegórico no desfile de 2017.

“Vixi Maria lá no meio do caminho tem pirata no navio” para atrapalhar a viagem dos judeus de Pernambuco para Nova Iorque. Derrepentemente, “De repente de lá pra cá e dirrepente de cá pra lá…” a campeoníssima Rosa Magalhães vai atrás do título, dividido com a Mocidade no último carnaval. Madureira avisa, em alto e bom som, que “Lá vem Portela, é melhor se segurar, coração aberto quem quiser pode chegar”.

A União da Ilha canta o “Brasil bom de boca”, enredo de Severo Luzardo que “põe lenha no fogão, o aroma está no ar” para levar para a avenida “uma receita impossível de esquecer. Duas pitadas de amor, eu e você juntando a fome com a vontade de vencer”.

A mesma vontade que dá ao Salgueiro “calor que afaga, poder que assola”, para beber na fonte dos enredos africanos. Com “Senhoras do Ventre do Mundo” Alex de Souza busca na “herança que vem de lá, na ginga que faz esse povo sambar”, as raízes do melhor carnaval salgueirense.

Cahê Rodrigues “gira a coroa da Majestade Imperial”, no enredo “Uma noite real no Museu Nacional”. Da Imperatriz Leopoldinense para a Imperatriz Leopoldina, uma homenagem aos 200 anos de sua chegada ao Brasil e da criação dessa importante Instituição Cultural que ajuda a sacramentar: “samba de verdade, identidade Nacional”

O dia raiará sob o arco da Apoteose com a Beija-flor e sua comissão de carnaval botando o dedo na ferida: “Você que não soube ensinar, você que negou o amor, vem aprender com a Beija-flor!”. Seu enredo é “Monstro é aquele que não sabe amar. Os filhos abandonados da pátria que os pariu”. E tenho dito!

*O samba fala por si. Os textos em itálico foram pinçados das letras das composições das respectivas escolas.

**Valéria del Cueto é jornalista, fotógrafa e gestora de carnaval. Da série “É carnaval”, do SEM   FIM…  delcueto.wordpress.com

Ordem dos desfiles:

Seg: Tijuca, Portela, União da Ilha, Salgueiro, Imperatriz, Beija-Flor

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Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.

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