A tenente BM e Izadora Ledur de Souza Dechamps, conseguiu um novo atestado médico, este sendo o nono consecutivo e continua afastada das atividades militares até estar apta a retornar ao serviço.
A nova licença médica concedida a Ledur vencerá no dia 14 de março. De acordo com a defesa da oficial, bem como pessoas ligadas a vida de Izadora, os atestados apresentados pela bombeira, é em função que após a morte do ex-aluno soldado BM, Rodrigo Claro, 21, no 16º Curso de Formação de Soldados do Corpo de Bombeiros, a tenente entrou em um quadro profundo de depressão não estando com condições de desenvolver as atividades militares.
Com o novo atestado, o Conselho de Justificação, que julgará se Izadora tem ou não condições de continuar a usar a farda dos bombeiros, ficará suspenso por 20 dias, conforme determinação do governador do estado Pedro Taques (PSDB) publicado no Diário Oficial do Estado (DOE). A interrupção segue até o dia 13 de fevereiro onde sairá uma nova decisão, se a tenente irá ou não responder o conselho.
Apesar de estar um longo tempo afastada devido ao problema de saúde apresentado, Ledur continua recebendo o seu salário de primeira tenente, no valor de R$ 13.299,00, integralmente.
Ré em morte de aluno
Izadora configura como ré na 7ª Vara Criminal de Cuiabá, suspeita de participar ativamente na morte de Rodrigo Claro que frequentava o 16º Curso de Formação de Soldados do Corpo de Bombeiros.
De acordo com a audiência realizada no dia 26 de janeiro que Ledur não compareceu, companheiros que participaram do curso com Rodrigo Claro, relataram as atrocidades praticadas pela oficial com o aluno no dia 10 de novembro de 2016, quando Claro passou mal e foi hospitalizado, vindo a morrer cinco dias depois.
Um dos depoentes relatou um verdadeiro cenário de filme de terror à Justiça. Questionado sobre o que aconteceu durante essa volta, a testemunha disse que a tenente Ledur passou a dar caldos em Rodrigo. Ele pedia insistentemente para a tenente parar os caldos, porém ela continuava. Para não deixar Rodrigo morrer afogado, Maiuson mergulhava e subia novamente empurrando Rodrigo com a tenente em cima dele, para que a vítima pudesse respirar.
Outros três formandos do 16º curso de formação de soldado prestaram depoimentos e também reforçaram o perfil psicológico de praticar tortura da tenente Izadora Ledur.
A morte de Rodrigo
Dia 10 de novembro de 2016 e o cenário era a Lagoa Trevisan, em Cuiabá. Alunos realizavam treinamento do Corpo de Bombeiros Militar de Mato Grosso. Depois de sofrer uma sessão de tortura com caldos e humilhações, Rodrigo teria engolido muita água e vomitou bastante na beira do lago. Ele alegou estar sentindo fortes dores na cabeça e pediu para ser liberado, indo por conta própria até a Policlínica do bairro Verdão, onde recebeu o primeiro atendimento, e ali se notou que a situação do jovem era gravíssima.
O jovem Rodrigo morreu após cinco dias internado no Hospital Jardim Cuiabá, na capital. Ele deu entrada no hospital com aneurisma cerebral.
O jovem já havia comunicado sua mãe sobre a conduta da oficial com ele. Rodrigo afirmara que ocorreram outros casos e que as sessões de afogamento eram comuns. Outros alunos que estiveram no curso confirmaram a perseguição da tenente com o então aluno.
Rodrigo, no dia da aula na Lagoa Trevisan, horas antes chegou a enviar uma mensagem no celular de sua mãe relatando que estava com medo da aula e de Izadora Ledur, que estava pressentindo que algo não acabaria bem naquela tarde. Desde então a família busca por justiça e luta pela condenação da tenente.
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