Em meio à polêmica CPI criada para investigar o suposto desvio de recursos do Fundo Estadual de Transporte e Habitação (FETHAB) e do flagrante desvio do Fundo de Manutenção da Educação Básica e Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) no montante de R$ 230 milhões, o deputado Estadual Allan Kardec (PT) disse que permanecerá ocupando lugar de sub-relator. Segundo o deputado, a decisão vai contra a executiva estadual do Partido dos Trabalhadores em Mato Grosso.
“A meu ver, permanecer na Comissão potencializa e muito as condições de investigar a grave denúncia de que recursos desses fundos, que teriam sido usados em outras atividades. O que não foi explicado por parte do governo desde as acusações feitas ao longo de 2017 e em especial no mês de dezembro, pela AMM (Associação Mato-grossense dos Municípios)”, escreveu em nota enviada nesta sexta-feira (02).
De acordo com Allan, a executiva estadual do PT desautorizou os parlamentares filiados de compor as investigações contra o Governador Pedro Taques (PSDB). “Fui um dos responsáveis pela articulação que levou à criação da CPI e não poderia recuar agora com o frágil argumento de que a Comissão será comandada pela base aliada ao governo”, argumentou.
A CPI é composta pelos deputados: Mauro Savi (PSB), Dr. Leonardo Albuquerque (PSD), Adriano Silva (PSB) e Ondanir Bortolini, o Nininho (PSD), Guilherme Maluf (PSDB), Romoaldo Júnior (PMDB), Dilmar Dal’Bosco (DEM), Wagner Ramos (PSD) e Allan Kardec (PT).
A deputada Estadual Janaina Riva (PMDB), também foi nomeada para compor a CPI, porém recusou o cargo. Em nota, a deputada que faz oposição ao governo Taques, disse que fará parte de uma “CPÌ faz de conta”, que na prática, segundo ela, foi criado com objetivo de não investigar o que deveria ser investigado.
“A parlamentar considera desperdício de dinheiro público instaurar uma CPI fictícia com o objetivo de não investigar e que claramente não está comprometida com a verdade dos fatos”, diz a nota.
O deputado Allan Kardec ressaltou que nunca teve a ilusão de que a oposição seria maioria na CPI que investiga “fato tão grave”, que se comprado, poderá levar ao impeachment do governador por crime de Responsabilidade Fiscal.
“Acredito que nós, deputados de oposição, temos condições de fazer essa investigação mesmo sendo minoria na ALMT. E por fim, qualquer tentativa de manobra tem que ser denunciada, seja onde for. Por tudo isso, não vou desistir sem luta”, escreveu.
{relacionadas}