Em Mato Grosso foi registrado 2446 casos de conjuntivite, sendo que 35 municípios deram alerta de surto em 2018. Os dados foram divulgados do dia (1°) até o dia (22) pela Secretaria de Estado de Saúde (SES/MT). O município de Barra do Bugres (175 km de Cuiabá) é o que tem o maior números de casos registrados com 481, seguido por Salto do Céu (315 km da Capital) com 223 casos.
Os municípios da Baixada Cuiabana, como Acorizal, Chapada dos Guimarães, Várzea Grande e Cuiabá, somaram 161 casos, sendo 101 deles na Capital.
Conforme a SES, alguns municípios não registraram casos em 2017, porém a doença proliferou em janeiro de 2018, como é o caso de Lucas do Rio Verde, que contabiliza 119 casos só neste ano.
Confira os municípios com surto
Cuiabá, Várzea Grande, Araputanga, Cáceres, Glória d’ Oeste, Lambari d’Oeste, Rio Branco, Salto do Céu, Barra do Bugres, Ribeirão Cascalheira, Carlinda, Campo Novo do Parecis, Nova Marilândia, Sapezal, Poxoréo, São José do Povo, Tesouro, Barra do Garças, General Carneiro, Nova Xavantina, Pontal do Araguaia, Ribeirãozinho, Torixoréu, Aripuanã, Brasnorte, Juína, Tabaporã, Rosário Oeste, Cláudia, Ipiranga do Norte, Itanhangá, Lucas do Rio Verde, Nova Mutum e Santa Rita do Trivelato.
Conforme a SES, As secretarias de Saúde desses municípios foram orientadas a iniciarem imediatamente a investigação da doença por amostragem e a notificar no modelo de surto os casos de pacientes com conjuntivite para o Sistema Nacional de Agravos de Notificação (SINANNET), do Ministério da Saúde. Além disso, os municípios deverão realizar o serviço de educação em saúde para a população em geral sobre a doença.
Outra medida importante é a coleta de amostra clínica para a identificação do agente etiológico (vírus ou bactéria). Essa ação auxilia no tipo de tratamento que deverá ser receitado ao paciente.
A doença
Segundo a infectologista e superintendente do Pronto Socorro de Cuiabá (PSMC), Zamara Ribeiro, a doença é transmitida pelo contato da secreção da uma pessoa contaminada, na maioria das vezes com as mãos, que funcionam como meio de transporte para as bactérias e vírus até os olhos.
“Alguém que tiver a doença deve procurar um infectologista para diagnosticar qual tipo de conjuntivite está para ser medicada. As pessoas não podem se auto medicar, o médico irá mostrar qual até qual colírio usar”, relata.
A doença viral normalmente não deixa sequelas, é muito contagiosa e ocorre com mais frequência no verão. As pessoas com a doença sentem muito incômodo e ficam os olhos bastante vermelhos. São sintomas semelhantes de quem tem conjuntivite bacteriana, mas a principal diferença é que há formação de muco. Sendo que a secreção da conjuntivite viral é esbranquiçada e aparece em pequena quantidade.
Mas, com o tratamento correto leva de sete a 10 dias para desaparecer. Não existe tratamento específico para quem foi diagnosticado com essa doença e a recomendação é limpar com soro fisiológico gelado, fazer compressas e usar colírios lubrificantes se for necessário.
A conjuntivite bacteriana é caracterizada por uma secreção espessa, amarelada e com uma consistência cremosa, que deixa o indivíduo com os olhos muito inchados e, por vezes, pode parecer que se formou uma bola de pus em baixo do olho.
“A conjuntivite bacteriana pode deixar sequela se não for tratada corretamente. Ela pode deixar a pessoa até completamente cega”, alerta Zamara Ribeiro.
Infectologista dá orientações de como se prevenir
Lavar as mãos é um ato essencial. Conforme Zamara levar álcool e gel na bolsa ou na mochila para higienizar as mãos é muito importante para a prevenção. “As mãos são a porta de entrada para qualquer doença, deve ser higienizada sempre”, informa.
O uso de lenços descartáveis é melhor que panos e tecidos, também devem ser descartadas as lentes de contato. “É melhor jogar fora materiais que usam para limpar os olhos como lenços, muitas pessoas acham que podem esterilizar as lentes de contato, mas lógico que não pode” , diz a infectologista.