Os principais articuladores políticos do governo alertaram o Palácio do Planalto que as mudanças no Estatuto da Caixa Econômica Federal poderão representar o fim da possibilidade de a reforma da Previdência ser aprovada.
A assembleia que votará as mudanças no estatuto está marcada para o próximo dia 19. Nesta terça (16), o presidente Michel Temer mandou afastar quatro dos 12 vice-presidentes da Caixa – todos indicados para os cargos por partidos e investigados pela Polícia Federal e pelo Ministério Público Federal.
O ultimato dos articuladores foi dado após o banco sinalizar que as novas indicações de dirigentes deverão ser feitas pelo Conselho de Administração da Caixa e não mais pelo presidente da República. Ou seja, em tese, passará a ser uma indicação técnica, não política.
Desta forma, partidos como PR, PP, PRB e PMDB perderiam o espaço que têm no banco.
"Se deixar o Conselho indicar, será a pá de cal sobre a reforma. Não temos como repactuar com todos estes partidos", alerta um líder governista.
Os partidos do "Centrão" querem adiar o prazo para que o Conselho passe a fazer a indicação dos dirigentes. Mas o Palácio do Planalto já admite reservadamente que perdeu o comando do processo e que o novo procedimento não terá mais volta.
Aliados já foram alertados de que os quatro vice-presidentes da Caixa afastados não voltarão mais aos cargos. Mas lideranças partidárias ainda tinham a esperança de indicar os substitutos, o que não deve mais acontecer.