O ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira (PTB), pediu demissão nesta quarta-feira (27). Auxiliares do presidente Michel Temer afirmaram que o agora ex-ministro comunicou que vai concorrer à eleição de 2018 e, portanto, deixará o cargo.
O presidente disse a assessores que até março -prazo para que os candidatos saiam dos cargos que ocupam- trocará os ministros que disputarão as eleições.
Em carta entregue a Temer, o ministro disse que deixava o posto com "sentimento de dever cumprido" e que voltará à Câmara para defender "de forma aguerrida as reformas que modernizem a sociedade brasileira".
No lugar dele, que vai concorrer à reeleição para deputado federal, deve assumir o deputado Pedro Fernandes (PTB-MA). À reportagem Fernandes disse que ainda não foi procurado por Temer. O convite, ele diz, veio do líder de seu partido na Câmara, Jovair Arantes (GO).
"Foi um susto, mas estou topando. Já me refiz do susto e vamos lá", declarou o deputado, que prometeu não disputar o sexto mandato.
Ainda segundo Fernandes, Jovair estava acompanhado de Nogueira na hora do convite, feito por telefone. O ministro, ainda segundo o deputado, "quer dar uma descansada em janeiro, porque pegou um sufoco grande".
Na manhã desta quarta, ao divulgar dados do Caged, o ministro disse que conversaria sobre os dados de emprego na reunião com Temer.
Do encontro no Palácio do Planalto, porém, participaram também Jovair e o presidente do PTB, Roberto Jefferson. O nome do novo ministro foi debatido na reunião.
A gestão de Nogueira foi marcada por temas que geraram desconforto para o governo. O ministro ficou conhecido por criar uma portaria que alterava as regras de fiscalização do trabalho escravo, flexibilizando as características que definiriam o trabalho análogo à escravidão.
Após críticas ao texto, inclusive, da procuradora-geral da República, Raquel Dodge, Temer disse que a portaria deveria sofrer alterações.
Nogueira precisou arcar também com o desgaste da implementação da reforma trabalhista, que entrou em vigor em novembro.