Política

Frente Favela Brasil quer lançar nomes pela Rede, PDT e PSB

Em fase de coleta de assinaturas para a obtenção do registro partidário, a Frente Favela Brasil (Frente) negocia com a Rede, o PDT e o PSB a filiação de seus integrantes, que conservariam a plataforma do movimento, para disputar as eleições do ano que vem.

“Decidimos criar um partido porque existe um modelo de exclusão. Precisamos estar nos espaços de poder. A gente não quer mais que ninguém organize a gente, queremos falar por nós mesmos. A pauta que nos une é a discriminação de todos nós”, diz Celso Athayde, coordenador da Central Única das Favelas (Cufa) e um dos idealizadores da Frente.

Ele ressalta que o partido não é restrito a negros, embora seja focado neles:

“É um partido de moradores de favela que tenham qualquer cor. Obviamente que os brancos não vão ter prioridade nem protagonismo, porque somos maioria também na favela”.

Entre os nomes que o novo partido pretende lançar está o do rapper Rappin´Hood para o Senado por São Paulo. No Rio, a frente tenta convencer o rapper MV Bill a sair também para senador. Se ele não aceitar, a rapper Nega Gizza disputará o cargo. O plano da Frente é ter ainda 40 candidatos para deputados estaduais e federais em todos os estados do país.

Para evitar divisões internas, a Frente apresentou um programa partidário genérico:

“Qual nossa proposta em relação ao aborto? Temos as mulheres negras do movimento do candomblé e do movimento evangélico. Se a gente define isso agora, a gente vai rachar agora. Tudo é legítimo, tudo é contraditório e tudo na verdade é tenso”, diz Athayde.

Outro motivo para a falta de detalhamento, segundo ele, foram os custos.

“O cartório em Brasília é muito caro e a gente paga por linha. Não tem nenhum modelo de Lava-Jato viabilizando nosso processo”, diz Athayde, segundo o qual o novo partido é financiado por seus integrantes.

Entre as propostas que constam do programa partidário estão a priorização, nas relações internacionais, dos países “periféricos e marginais do mundo”. A Frente defende ainda uma economia “comunitarista”. “A distribuição de riquezas como petróleo, nióbio, mineração em geral ou qualquer outro tipo de recurso brasileiro deve ser diretamente investido na população, como método de erradicação da pobreza", diz o documento.

A Frente defende o voluntariado, inclusive na política. Assim, os que forem eleitos pelo novo partido terão que doar 50% dos seus vencimentos líquidos para uma fundação, que seria criada com o intuito de repassar a quantia para projetos que visem fomentar ações sociais nas favelas de todo Brasil. A escolha do projeto social acontecerá, segundo o programa partidário, por meio de licitação.
 

Redação

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Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.

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