Política

Barranco pede que a Justiça trave tramitação de PEC na Assembleia

O deputado estadual Valdir Barranco (PT) ingressou mandado de segurança, no Tribunal de Justiça, contra a tramitação da PEC (Proposta de Emenda Constitucional) do Teto dos Gastos Públicos na Assembleia Legislativa. O parlamentar quer votação em destaque das emendas que entraram no substitutivo integral do projeto, que deve entrar em votação em plenário nesta quarta (22).

“Entendemos que a votação da proposta foi atropelada. Várias emendas foram apresentadas e fizeram votação global, e entendemos que cada emenda deve ser votada individualmente, em destaque”, disse ele em entrevista à rádio Capital FM.

Na terça (21), o líder do governo, deputado Dilmar Dal Bosco (DEM) disse que estava sendo finalizado o texto final do substitutivo para envio ao plenário. A previsão é que os deputados comecem a votar a PEC, em segunda rodada, hoje.

A PEC entrou em trâmite na Assembleia no início de outubro e recebeu mais de cinco pedidos de vista por deputados da base e da oposição governo Pedro Taques. O texto original começou a ser alterado já na análise da relatoria da CCJR (Comissão de Constituição, Justiça e Redação) pelo deputado Romoaldo Junior (PMDB).

Ele retirou o item de congelamento dos salários de servidores e reduziu o tempo de contenção de despesas de dez para cinco anos. Ainda na primeira análise da comissão mais de vinte emendas foram acrescentadas ao texto.

Atraso

Nesta terça-feira (21), em entrevista ao Circuito Mato Grosso, Dilmar Dal Bosco admitiu que não haverá tempo para tramitação do novo texto na Assembleia no prazo para a apresentação de inclusão de Mato Grosso no Plano de Auxílio Financeiro do governo federal.

A aprovação de uma proposta de recuperação fiscal é parte da exigência do presidente Michel Temer para renegociar prazos e valores de dívidas dos Estados. E a data final para a apresentação encerra no próximo dia 30.

“Infelizmente, não vai dar tempo de o governo apresentar o pedido ao governo federal a tempo. Ele [governador Pedro Taques] terá que voltar para a conversa com o presidente [Michel Temer], explicar que não foi culpa do Executivo pelo atraso, mas que houve atraso na tramitação na Assembleia”, disse Dal Bosco.

No final de 2016, a Lei Complementar que trata da renegociação das dívidas dos estados com a União foi sancionada com vetos ao trecho que tratava da recuperação fiscal, que acabou por retirar, durante o trâmite no Congresso Nacional, as contrapartidas a serem feitas pelos estados para a renegociação das dívidas. Na avaliação do Planalto, essas mudanças acabaram por descaracterizar a proposta inicial, o que comprometeria o ajuste fiscal planejado.

A lei complementar estabelece o Plano de Auxílio aos Estados e ao Distrito Federal e medidas de estímulo ao reequilíbrio fiscal das unidades federativas. As contrapartidas que estavam previstas antes das alterações no Legislativo eram pré-condições aos estados em troca do alongamento do prazo de suas dívidas, bem como da suspensão e posterior retomada gradual do pagamento das parcelas. A Câmara dos Deputados acabou por retirar as contrapartidas propostas pelo Executivo para os entes federativos.

Redação

About Author

Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.

Você também pode se interessar

Política

Lista de 164 entidades impedidas de assinar convênios com o governo

Incluídas no Cadastro de Entidades Privadas sem Fins Lucrativos Impedidas (Cepim), elas estão proibidas de assinar novos convênios ou termos
Política

PSDB gasta R$ 250 mil em sistema para votação

O esquema –com dados criptografados, senhas de segurança e núcleos de apoio técnico com 12 agentes espalhados pelas quatro regiões