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Fifa já não tem como, na prática, tirar Copa do Brasil

A entidade máxima do futebol tem, de fato, o direito de romper o contrato com o COL (Comitê Organizador Local da Copa) e retirar o evento do Brasil a qualquer momento. Um dos argumentos de quebra de acordo poderia ser a não aprovação da Lei Geral da Copa até junho de 2012.
 
Mas todos os outros acordos comerciais do evento têm cláusulas e multas por cancelamento ou alterações das condições acertadas. Entre elas, a de que o evento ocorrerá em território brasileiro.
 
Caso quisesse mudar a sede, a Fifa e seus parceiros teriam de renegociar ou romper cada um dos contratos. Os compromissos assinados referem-se a direitos de televisão, internet e rádio, propriedades de marketing, vendas de pacotes de turismo com ingressos e hotelaria.
 
Há também os acordos do COL com as 12 cidades-sedes, que poderiam ser rompidos como extensão de uma eventual rescisão com o país. Mas, em todas essas cidades, há contratos assinados por hotéis com a Match Hospitality, empresa que tem acordo comercial com a Fifa.
 
No total, são 766 acordos dessa empresa por acomodações. Nos documentos, a Match fica com os direitos sobre os quartos na Copa e pode revendê-los dentro de pacotes que incluem ingressos.
 
"Esses contratos foram assinados quando o Brasil foi escolhido em 2007, então com as 19 cidades candidatas a sede", conta o presidente da Associação Brasileira de Hotéis, Enrico Torquato. "Agora já foram até colocados os preços de cada diária".
 
É fato que a Match pode devolver os direitos sobre os quartos até um determinado período antes da Copa. Mas teria de refazer toda a operação –que durou cinco anos– na realidade de outro país.
 
A Match também tem compromissos com 23 agentes pelo mundo para revenda de pacotes de hospitalidade. Esse tipo de negociação já começou, por exemplo, no Brasil. Mais importante, há contratos de televisão, internet, rádio e telefone móvel assinados.
 
A Fifa já fechou acordos com 100 veículos de comunicação pelo mundo para a Copa até agora, segundo levantamento feito pela Folha. Esses compromissos atingem 189 países. A maioria dos contratos envolve mais de um direito, ou seja, existem ramificações nos acordos.
 
A Fifa ainda tem acertados 18 contratos de patrocínios para o Mundial, sendo cinco deles com empresas brasileiras, que, na maioria dos casos, investem pela primeira vez pelo evento ser no país.
 
A entidade já teve que pagar US$ 90 milhões pelo rompimento de apenas um contrato de marketing, com a Mastercard, em processo judicial na década passada nos EUA. Um dirigente foi peça fundamental na perda da Fifa: o secretário-geral Jérôme Valcke, hoje o maior crítico da Copa no Brasil.
 

Fonte: FOLHA.COM

Redação

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