Cidades

Prefeitos cobram atrasos de 100 milhões nos repasses do governo do estado

Prefeitos denunciam as consequências dos constantes atrasos de repasses por parte do governo do estado em áreas como saúde e educação. O encontro ocorreu nesta sexta-feira (10), quando cerca de 80 prefeitos mato-grossenses participaram da assembleia geral realizada pela Associação Mato-grossense dos Municípios – AMM. A reunião também contou com a presença de representantes da bancada federal, estadual e do secretário-chefe da Casa Civil, Max Russi.

O presidente da AMM, Neurilan Fraga, ressaltou que o débito do estado com os municípios na atenção básica já ultrapassa R$ 100 milhões. “O valor é referente aos repasses atrasados da saúde nos anos de 2016 e 2017, dos programas de Atenção Básica, Farmácia Básica, Regionalização, Alta e Média Complexidade, Samu, Unidade de Pronto Atendimento e Programa de Apoio e Incentivo aos Consórcios Intermunicipais”, explicou.

Para a prefeita de Sinop, Rosana Martinelli, os gestores não confiam mais na resolutividade do governo do estado. “Nós nos reunimos diversas vezes, discutimos a situação, mas o que é proposto não é cumprido”, frisou. Ela ainda afirmou que o estado da saúde é gravíssimo, pois além dos atrasos estão ocorrendo diminuições no número de procedimentos. “As prefeituras têm se organizado para conseguir enfrentar a crise, mas não vemos isso no governo”, acrescentou.

Nesta semana, gestora participou de uma mobilização cobrando a normalização dos repasses ao hospital regional de seu município. A unidade hospitalar está há mais de dois meses atendendo apenas emergência devido à falta de repasse de recursos do governo estadual. Com a suspensão de parte dos atendimentos do Regional de Sinop, os pacientes com necessidade de atendimento emergencial estão sendo encaminhados à UPA, que está sobrecarregada.

O prefeito de Santa Cruz do Xingu, Marcos Sá, questionou o governo pela não priorização da saúde. Ele reforçou que as prefeituras têm enxugado a gestão para conseguir manter os atendimentos, mas que não vê o mesmo esforço por parte do estado. “Em Santa Cruz tivemos que exonerar 32 dos 38 cargos comissionados. Hoje atuamos com apenas três secretários, reduzimos os salários e fizemos um corte em 25% dos contratos”, exemplificou.

Os atrasos no repasse do Imposto Sobre Circulação de Mercadorias (ICMS) também foi duramente criticado pelos gestores. De acordo com o prefeito de Juína, Altir Peruso, o atraso atrapalha a programação orçamentária das prefeituras. “Essa é a terceira vez que exerço o cargo de prefeito e a primeira que vejo o governo atrasar o ICMS. O repasse desse imposto aos municípios é previsto na constituição, não é um benesse que o estado faz. Não repassar os 25%, que são de direito dos municípios e já foram arrecadados, na data correta é apropriação indébita”, completou.

A Lei Complementar n°. 63/90, no Artigo 5° dispõe sobre critérios e prazo de créditos das parcelas do produto da arrecadação e a transferência, pelo Estado, determinar que sejam feitas para os municípios até o segundo dia útil de cada semana. Em outubro, a AMM chegou a protocolar uma ação judicial contra a Secretaria de Estado de Fazenda (Sefaz), para assegurar o repasse do ICMS aos municípios.

Em resposta às manifestações, o chefe da Casa Civil afirmou que os débitos do estado com os municípios serão quitados após a liberação do Auxílio Financeiro para Fomento das Exportações (FEX) e do pagamento da dívida da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). “No momento, não temos recurso para quitar a dívida do estado com os municípios”, pontuou. Ainda conforme Russi, outra opção é a utilização da emenda da bancada federal, que deve ser destinada aos 141 municípios, hospitais regionais, Santa Casa e filantrópicos. “A emenda de R$ 100 milhões da bancada vai zerar os débitos da saúde. Se não chegar o recurso de Brasília, teremos dificuldades” revelou.

Agência de Notícias da AMM

Redação

About Author

Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.

Você também pode se interessar

Cidades

Fifa confirma e Valcke não vem ao Brasil no dia 12

 Na visita, Valcke iria a três estádios da Copa: Arena Pernambuco, na segunda-feira, Estádio Nacional Mané Garrincha, na terça, e
Cidades

Brasileiros usam 15 bi de sacolas plásticas por ano

Dar uma destinação adequada a essas sacolas e incentivar o uso das chamadas ecobags tem sido prioridade em muitos países.