Cidades

Grupo fará protesto por criança discriminada em shopping

A família, amigos e médicos da menina Maria Eduarda, de nove anos, irão realizar uma manifestação em frente ao cinema Cinemark do Shopping Goiabeiras, em Cuiabá, neste domingo (12), após Duda ser discriminada durante a sessão do filme “Thor: Ragnarok” no domingo (29) de outubro. Conforme a família, ela teria se agitado por estar feliz assistindo o filme e uma pessoa disse que a menina deveria "voltar para o buraco de onde veio”. Contra a frase dita, eles criaram a #VAMOSTODOSSAIRDOBURACO. 

A mãe, Geisy Rosa dos Santos, disse que a campanha é uma resposta a pessoa agressora. “Percebemos o tamanho da importância de alertar a população sobre a realização da reintegração social dos Portadores de Necessidades (PNEs) depois da agressão que minha filha sofreu. Então vamos todos sair do buraco”, pontuou. 

A expectativa é que mais de 50 pessoas participem do ato. Entre eles, famílias com seus filhos especiais, médicos, Dentistas, fisioterapeutas, terapêutica ocupacional, fonoterapia, Musicoterapeuta e simpatizantes.   

A mãe conta que o objetivo é conscientizar as pessoas de que todos tem o direito de ir onde quiser. “Será uma ação de conscientização a sociedade de que nossos filhos que exigem algum tipo de cuidado especial, não deve ficar em casa apenas, mas sim a todos os lugares que eles queiram ir e ficar”, relata.

Geisy ainda disse que o ato não terá bagunça. “Não vamos fazer bagunça, mandei fazer algumas camisetas e vamos conversar sobre o autismo com as pessoas, apenas”, assegurou.  

Relembre a história 

Apaixonada por filmes, a pequena Maria Eduarda Rosa, a “Duda”, de nove anos é autista e foi discriminada no cinema (Cinemark), do Shopping Goiabeiras, em Cuiabá. Sua mãe, Geisy Rosa dos Santos e a irmã Fernanda dos Santos Rodrigues estavam assistindo o filme “Thor: Ragnarok”, quando durante as cenas de ação, Duda se agitava e gritava demonstrado felicidade. Duda, não fala e é cadeirante, gritos e agitos são os únicos meios dela se comunicar. 

Segundo Fernanda, algumas pessoas começaram a pedir silêncio. “Uma delas disse que a irmã deveria “voltar para o buraco de onde veio”, no momento que ouvi isto busquei identificar quem havia dito e acionamos a Polícia Militar (PM) e a direção do cinema”, conta. 

A família decidiu não fazer o Boletim de Ocorrência (BO), por não identificar a agressora. 

A direção do local pediu que a família acalmasse Maria Eduarda. “A direção do local me disse para acalmar minha irmã, pois as pessoas que estão no cinema queriam assistir o filme. Mas nós também queríamos”, conta a irmã. 

A mãe de Eduarda, disse ao Circuito Mato Grosso que, a filha tem o costume de ir ao cinema cerca de duas vezes por semana. “Ela ama cinema, fica toda feliz. Não é por causa de algumas pessoas que vou deixar de fazer o que ela ama”, desabafa. 

Outro lado

A reportagem entrou em contato com a assessoria de imprensa do Cinemark, porém não atenderam as ligações.

A assessoria de imprensa do Shopping Goiabeiras informou que não tem responsabilidade sobre o que acontece no cinema. 

Direitos da pessoa autista

No dia 27 de dezembro de 2012  foi sancionada a lei 12.764/2012. O §2º deste mesmo Art. 1º prescreve que a pessoa com transtorno do espectro autista é considerada pessoa com deficiência, para todos os efeitos legais. O que acaba repercutindo na Lei 13.146/2015 que cria o Estatuto da Pessoa com Deficiência, destinado a assegurar e a promover, em condições de igualdade, o exercício dos direitos e das liberdades fundamentais por pessoa com deficiência, visando à sua inclusão social.

O artigo 2º da Lei 13.146/2015 estabelece sete diretrizes da Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista:

a) A intersetorialidade no desenvolvimento das ações e das políticas e no atendimento à pessoa com transtorno do espectro autista;

b) Também a participação da comunidade na formulação de políticas públicas voltadas para as pessoas com transtorno do espectro autista e o controle social da sua implantação, acompanhamento e avaliação;

c) A atenção integral às necessidades de saúde da pessoa com transtorno do espectro autista, objetivando o diagnóstico precoce, o atendimento multiprofissional e o acesso a medicamentos e nutrientes;

d) O estímulo à inserção da pessoa com transtorno do espectro autista no mercado de trabalho, observadas as peculiaridades da deficiência e as disposições da Lei no 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente);

e) A responsabilidade do poder público quanto à informação pública relativa ao transtorno e suas implicações;

f) O incentivo à formação e à capacitação de profissionais especializados no atendimento à pessoa com transtorno do espectro autista, bem como a pais e responsáveis; e,

g) O estímulo à pesquisa científica, com prioridade para estudos epidemiológicos tendentes a dimensionar a magnitude e as características do problema relativo ao transtorno do espectro autista no País.

Redação

About Author

Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.

Você também pode se interessar

Cidades

Fifa confirma e Valcke não vem ao Brasil no dia 12

 Na visita, Valcke iria a três estádios da Copa: Arena Pernambuco, na segunda-feira, Estádio Nacional Mané Garrincha, na terça, e
Cidades

Brasileiros usam 15 bi de sacolas plásticas por ano

Dar uma destinação adequada a essas sacolas e incentivar o uso das chamadas ecobags tem sido prioridade em muitos países.