Qual futuro espera as empresas varejistas brasileiras em um ambiente veloz, de alta competitividade, digitalizado? Nenhum. O futuro não vai esperar, afinal ele é pavimentado pelas escolhas do hoje, em sintonia com as mudanças de uma sociedade em transformação. Neste cenário, a inovação tornou-se não mais um diferencial adicional, mas uma condição para continuar “no jogo” das vendas.
Para muitos, inovar no varejo significa criar ambientes singulares, surpreendentes, frutos de projetos com grandes investimentos para imergir o cliente em um espaço de design e alta tecnologia. Se assim fosse, a esmagadora maioria dos comércios estaria condenada ao fracasso. O ambiente de loja sempre terá enorme importância na experiência de vendas, mas exemplos de sucesso no Brasil mostram que os benefícios da inovação se revelam também – e especialmente – nas atividades mais vitais da atividade varejista.
Em recente missão promovida pela Confraria de Profissionais de Marketing de Mato Grosso (CPMMT) em parceria com o Sebrae MT na cidade de São Paulo, o debate sobre a inovação foi o condutor de visitas a modelos de sucesso no atual cenário, entre eles startups, agências digitais, restaurantes, varejos, incubadoras e empresas de serviços. Em comum, um comportamento inovador, presente nas mais diferentes atividades, responsabilidade de todas as posições de trabalho. No varejo, ela encontra energia em duas grandes tendências atuais: diminuir o atrito e minimizar a sensação de perda de tempo. Na primeira, o esforço é concentrado em mapear, melhorar, lapidar e minimizar qualquer desconforto do processo de compra e recebimento de mercadorias. Na segunda, há um profundo compromisso com o valor do tempo dos clientes, traduzido em esforços para encurtar todas as atividades que consumam esse bem tão escasso. Frise-se aqui o tempo segundo a ótica do cliente, não dos especialistas em processos ou executivos destas empresas.
Conveniência e qualidade da experiência de compras são, sem dúvida, o grande motor da inovação neste setor, fonte de excelentes exemplos de vitalidade e reinvenção. Crescer, no novo varejo, significa mais do que nunca, antecipar-se às transformações no estilo de vida dos clientes, entregando valor, tornando-se relevante diante de tantas escolhas que ele fará. Planejando, primeiro. Informando, depois. Inovando, sempre. Comunicando, criativamente, por fim. Bons exemplos em São Paulo reforçam o conceito que a CPMMT vem defendendo desde o início de 2016 e que ainda é atual, nos ambientes mais inovadores.
Dino Gueno é consultor de marketing de varejo, empresário e autor do livro A Loja que Vende – Manual para ser imbatível no seu negócio.