Política

Toninho de Souza sai da base de Emanuel e deve assinar CPI do Paletó

O vereador Toninho de Souza (PSD) anunciou sua saída da base aliada do prefeito Emanuel Pinheiro (PMDB) durante a sessão plenária da Câmara de Cuiabá, realizada na manhã desta terça-feira (06), para a nova votação de abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) contra o peemedebista, a qual deve ser instauradada.

A mudança de posicionamento estaria vinculada aos entraves da Prefeitura Municipal em cumprir com as suas obrigações com a cidade e a população. “Infelizmente a Câmara Municipal tem sido travada nos seus trabalhos e isso se estendeu também ao município de Cuiabá. Hoje a Prefeitura não consegue atender pontos importantes como a infraestrutura, tapa-buraco, asfaltamento da cidade. Simplesmente travou. Há uma cobrança por parte da população e eu não vim aqui ao parlamento municipal para servir de defesa da Prefeitura”, afirma.

Segundo o parlamentar, a sua saída foi para ter mais liberdade em cobrar os trabalhos da prefeitura e inclusive os esclarecimentos de Emanuel sobre a divulgação de um vídeo em que ele aparece recebendo dinheiro de propina quando era deputado estadual, durante a gestão do ex-governador Silval Barbosa (PMDB).

Me afastando da base de sustentação eu tenho liberdade para não ficar preso a gestão municipal. Eu já tinha uma posição independente e o meu partido tomou a decisão de apoiar o Emanuel Pinheiro, mas como eu tenho a liberdade do mandato eu também tomo essa posição de estar independente na Câmara Municipal e poder cobrar com mais ênfase essa prestação de serviço da Prefeitura Municipal”, pontua.

“Nós demos todo o tempo necessário para que o prefeito pudesse dar a sua explicação. Nesse período não houve explicação, houve fatos novos e até agora a população continua sem a sua devida explicação. Defender uma investigação não significa crucificar o prefeito, mas permitir que Cuiabá tenha acesso a verdade e a Câmara pode contribuir muito nesse passo de abrir a sua investigação. Dei o apoio necessário à prefeitura quando me foi solicitado, mas nesse momento eu não posso carregar um fardo que não é meu”, completa o vereador.

A proposta da CPI do Paletó foi anunciada em agosto pelo vereador Marcelo Bussiki (PSB). Para ser aprovado o requerimento precisava de nove assinaturas, no entanto, na época, apenas seis vereadores votaram a favor, contendo apenas as assinaturas do próprio Bussiki, Felipe Welatton (PV), Abílio Neto (PSC), Dilemário Alencar (PROS), Gilberto Figueiredo (PSB), Sargento Joelson (PSC) e Eliseu Nascimento (PSDC).

Com a volta do vereador Diego Guimarães (PP) que estava de licença, os vereadores conseguiram mais uma assinatura. Agora, com a mudança do vereador Toninho de Souza, espera-se que a CPI seja aberta. 

“Um gestor sob suspeita prejudica o município, secretarias e investimentos. Quem vai encaminhar recursos para o município se o gestor está sob suspeita? Esses fatos tem que ser apurados, a gente quer investigar a capacidade de ele [Emanuel Pinheiro] tocar o município de Cuiabá diante dessa possível quebra de decoro”, destaca Bussiki.

Caso o requerimento seja aprovado pelos vereadores, será protocolado em plenário e o presidente da Casa terá três dias para abrir a CPI e iniciar os trabalhos relativos a investigação contra o prefeito Emanuel que deve ocorrer dentro de um prazo de 90 dias.

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