O corretor de valores Lúcio Bolonha Funaro apresentou à Justiça Federal nesta segunda-feira (6) um bilhete no qual, segundo ele, o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ) indicou uma conta no exterior para depositar recursos ilícitos. A conta era do ex-vice-presidente da Caixa Fábio Cleto, apontado como operador de Cunha no esquema de corrupção no banco.
O documento foi entregue com o objetivo de corroborar as declarações de Funaro, que assinou acordo de delação premiada com a PGR (Procuradoria-Geral da República) e reiterou as acusações contra o ex-deputado em depoimento à Justiça Federal na semana passada.
Funaro sustenta que o peemedebista era um dos chefes dosuposto esquema de cobrança de propinas de grandes empresas em troca da liberação de recursos do fundo de investimentos do FGTS, administrado pela Caixa
Durante o interrogatório de Cunha nesta segunda (6), a defesa de Funaro informou que o bilhete, que estava de posse da Polícia Federal, foi escrito a lápis e entregue pelo ex-deputado ao operador.
Cleto, o ex-vice-presidente da Caixa dono da conta, confessou em sua delação que obteve pagamentos ilícitos no exterior por meio do esquema de corrupção.
Na audiência judicial, Cunha negou todas as acusações. Disse que sua defesa vai pedir perícia no bilhete e outros documentos apresentados por Funaro, entre eles planilhas nas quais constariam os pagamentos ilícitos feitos a ele e aliados.
Cunha disse que não queria "nem olhar" o bilhete para responder se o manuscrito era seu.
"Vossa Excelência faça a perícia e comprove que é minha a letra", disse, dirigindo-se ao procurador da República Anselmo Lopes, que o inquiria.
"Vamos representar à PGR [Procuradoria-Geral da República] para fazer reexame na delação do senhor Lúcio Funaro", disse Cunha. Tanto ele como Funaro estão presos