Cidades

Projeto de escola estadual é finalista no Prêmio Construindo a Nação

A preocupação com o bem-estar físico e emocional dos colegas levou o Grêmio Estudantil da Escola Estadual Paulo Freire, de Canarana (823 km a Leste de Cuiabá), a repensar nas práticas de acolhimento. Foi assim que surgiu o projeto Ouvintes do Coração, que hoje é finalista do Prêmio Construindo a Nação, realizado pelo Instituto da Cidadania Brasil.

A iniciativa surgiu, segundo a professora de Matemática e umas das idealizadoras da ação, Cleca Paro, quando os próprios alunos começaram a relatar que seus colegas estavam deprimidos, com problemas pessoais e muitos deles estavam se mutilando.

“É uma questão muito séria. Neste ano vimos situações como o desafio da Baleia Azul, quando alunos contaram que tinham colegas se cortando. Então discutimos ações que poderiam reverter essa situação”, disse.

Os alunos e a professora entenderam a necessidade de um trabalho voltado para o acolhimento dos colegas e foram buscar formas de desenvolver o projeto na escola.

O primeiro passo foi consultar uma psicóloga, que já vinha auxiliando a gestão escolar em ações de conscientização.

“A profissional, Maiara Bruna Machado, já vinha palestrando sobre o jogo Baleia Azul, então ela topou participar da ação, fez um treinamento com os alunos do grêmio e alguns professores, para que eles se tornassem ouvintes”, contou.

Desenvolvimento

Ao menos 30 pessoas foram treinadas e na ação começaram a espalhar caixas pela escola, onde os alunos poderiam deixar recados, como uma forma de desabafo.

Em seguida, conversas foram ganhando espaços no WhatsApp, até que os encontros passaram a ser presenciais, dentro da escola.

Heloisa Cristina Irber, de 15 anos, é aluna do 1º Ano do Ensino Médio e participa do projeto. “Como ouvinte, eu tinha que estar ali para entender aquela pessoa, ouvir aquele desabafo e muitas vezes, sem poder falar nada. Só se ela pedisse uma opinião, um conselho”, lembrou.

Ao longo do projeto, foram 78 pessoas atendidas pelos ouvintes, muitos deles, foram encaminhados para o acompanhamento psicológico.

“Eu fiz sete atendimentos, desses, cinco foram para o acompanhamento. Me senti vitoriosa de poder ajudar de alguma forma, de mostrar para eles que tudo podia melhorar, que vai melhorar”.

Os professores conseguiram o apoio da Secretaria de Saúde do Município para que os jovens fossem acompanhados por profissionais. Entre os casos que afetavam os alunos, foram descobertos abusos morais dentro de casa, déficit de aprendizagem, tendências suicidas e até mesmo casos de violência sexual.

Prêmio Nacional

A inscrição do projeto veio em seguida, mas sem muitas expectativas. No entanto, ser um dos 18 finalistas foi uma surpresa para os alunos e professores.

“É, de fato, muito gratificante. Sempre trabalhei com o social e ver que esse projeto, em especial, é finalista de um prêmio me deixa muito feliz. Temos que continuar, precisamos ajudar nossos alunos e precisamos de ajuda também, para mantê-lo”.

Heloisa também está feliz pelo projeto ter sido reconhecido. Segundo ela, ver que os colegas estão bem, é motivador. “É importante que eles se sintam bem, que percebam que a escola pode ajudá-los de alguma forma. Temos que nos importar”, finalizou.

Votação Popular

O prêmio visa reconhecer e difundir ações sociais em âmbito nacional e premia projetos de alunos dos ensinos Fundamental, Médio e Técnico que contribuem para uma sociedade mais ativa e responsável.

A votação é aberta ao público e a vencedora será premiada com o valor de R$ 10 mil revertidos em equipamentos eletrônicos para uso dos alunos na instituição de ensino.

Para conhecer mais sobre e votar no projeto da EE Paulo Freire, clique aqui

Redação

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Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.

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