A Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção a Pessoa (DHPP), da Polícia Judiciária Civil, prendeu nesta quarta-feira (25), Sebastião Ribeiro Sobral, 39 anos, pelo assassinato da travesti, Ricardo da Costa Sousa, 47, conhecida pelo nome social “Michelle”.
Conforme a delegada, Juliana Palhares, crime é tratado como um feminicído, motivado pela condição de gênero, uma vez que a vítima se identificava como mulher. “Ela morreu em decorrência da violência doméstica e do feminicídio”, afirmou.
O suspeito foi preso, por força de mandado de prisão, na mesma casa, onde a vítima foi morta de forma brutal e covarde, no dia 11 de outubro, no Residencial Altos do Parque, em Cuiabá, com um golpe de faca, dado pelas costas, na região do pescoço.
Na ocasião do crime, o suspeito, que era companheiro da vítima, disse a Polícia Civil que não estava em casa e que tinha estado antes com a vítima, por volta das 12h30, e depois saído, tendo ido se encontrar com um amigo.
Durante o atendimento do local de crime, pela equipe da delegada Juliana Palhares, o suspeito apresentou um álibi e naquele momento foi confirmado. Mas depois, duas pessoas que tiveram contato com Sebastião, logo após o crime, revelaram que ele era o autor da morte de Michelle.
Em 2015, a vítima entrou com pedido de medidas protetivas previstas na Lei Maria da Penha e o juízo de 1º grau indeferiu a solicitação. A Defensoria Pública de Mato Grosso recorreu e conseguiu as medidas para a mulher transexual, vítima de violência doméstica. O entendimento tem sido usado nos tribunais para outros casos de pessoas trans.
Em setembro deste ano, a vítima Michelle requisitou novamente as medidas protetivas de violência doméstica contra o companheiro, Sebastião, de quem queria se separar e o fim do relacionamento não era aceito. Ele foi notificado no dia 4 de outubro e ela morta no dia 11.