Jurídico

Vigiado, tenente-coronel diz que “pagará com vida” se for preciso

Autor da denúncia sobre o plano de tentar afastar o desembargador Orlando Perri do caso dos grampos que tramitava no Tribunal de Justiça de Mato Grosso, o tenente-coronel da Polícia Militar, José Henrique Costa Soares, revelou que além de estar sob escolta policial, está sendo vigiado pelo grupo que o cooptou para monitorar o magistrado.

O depoimento prestado por Soares aos delegados Ana Cristina Feldner e Flávio Stringueta, responsáveis pelo inquérito de investigação das escutas clandestinas no Estado, resultou na deflagração da Operação Esdras.

A ação levou à prisão de oito pessoas, entre elas os ex-secretários de Estado, Paulo Taques que é primo do governador Pedro Taques (PSDB), Rogers Jarbas, Airton Siqueira, Evandro Lesco e sua mulher Helen Christy Lesco, o sargento João Ricardo Soler, o empresário José Marilson e o major Michel Ferronato.

Segundo o tenente-coronel, nove policiais foram designados para fazer a sua segurança e de sua família, uma vez que recebeu ameaças de morte. No entanto, mesmo com essa escolta, há informações de que ele segue sob monitoramento do grupo das espionagens clandestinas e diz que se for preciso pagará com a própria vida.

“Fui informado pela polícia que existem pessoas me vigiando, mas tem que se pagar um preço. Se eu tiver que pagar um preço com a minha vida, não tem problema, estou disposto a tudo”, afirmou em entrevista a TV Centro América, que foi divulgada nesta segunda-feira (23).

Ao defender a Polícia Militar, Soares diz que acredita no esclarecimento de todo o esquema no Superior Tribunal de Justiça, que se tomou a frente dos inquéritos. “A verdade vai aparecer. Tem muita prova que foi produzida e vai ser reproduzida. Todas essas pessoas [envolvidas no caso dos grampos] vão falar o que aconteceu no STJ. Eles foram usados, assim como a instituição da Polícia Militar”, pontuou o tenente-coronel.

Operação Esdras

A Operação Esdras, deflagrada no dia 27 de setembro pela Polícia Civil, tinha o objetivo de desarticular um grupo acusado de montar uma estratégia para atrapalhar as investigações relacionadas aos esquema de grampos ilegais no Estado e obter informações que pudessem comprometer o relator do processo no Tribunal de Justiça de Mato Grosso, desembargador Orlando Perri, para afastá-lo do caso.

Os mandados foram autorizados pelo desembargador Orlando Perri, a pedido da delegada responsável pelo inquérito, Ana Cristina Feldner, da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO).

Foram presos ex-chefe da Casa Civil, Paulo Taques, o secretário de Justiça e Direitos Humanos, coronel Airton Siqueira, secretário de Segurança afastado, Rogers Jarbas, e o ex-secretário da Casa Militar, Evandro Lesco.

Outros dois militares também alvos do mandado de prisão preventiva, o sargento João Ricardo Soler e major Michel Ferronato, a mulher de Lesco, Helen Christy Carvalho Dias Lesco, e o empresário José Marilson da Silva, ex-dono da empresa Simples IP que fornecia sistema de segurança sentinela ao Governo.

Ao todo foram oito mandados de prisão,  uma condução coercitiva, uma fixação de medidas restritivas e 16 de busca e apreensão.

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Redação

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