O governador de Goiás, Marconi Perillo, confirmou à reportagem na noite desta quinta-feira (19) que será candidato à presidência do PSDB, em dezembro.
"Estimulado por vários seguimentos e pelo trânsito que eu tenho no partido, eu estou assumindo que serei candidato a presidente do PSDB", disse o tucano.
Embora seu nome venha sendo apontado como candidato ao comando do partido desde o primeiro semestre, esta é a primeira vez que Perillo admite que disputará o cargo.
O anúncio acontece em meio à pressão para que o senador Aécio Neves (MG) renuncie definitivamente à presidência do PSDB. Ele está licenciado do cargo desde maio, quando foi afastado do mandato pela primeira vez, por determinação do STF (Supremo Tribunal Federal).
O movimento que pede a renúncia do senador mineiro é liderado pelo presidente interino da sigla, senador Tasso Jereissati (CE). Na quarta (18), ele afirmou que Aécio "não tem condições" de permanecer no cargo.
A candidatura de Perillo conta com apoio de Aécio e representa um enfrentamento à ala encabeçada por Tasso, também tido como candidato a seguir no comando do PSDB.
A declaração de Perillo ocorre no mesmo dia em que ele recebeu em seu Estado o prefeito de São Paulo, João Doria.
Ambos defenderam nesta quinta que não há necessidade de Aécio renunciar à presidência do partido. Eles argumentam que uma convenção, que elegerá o novo comando do PSDB, está prevista para dezembro.
Para o governador de Goiás, qualquer antecipação dessa data "é golpe". "Se não for em dezembro, é golpe", disse Perillo à reportagem.
DE VOLTA
Pressionado politicamente, Aécio voltou ao Congresso na quarta, após 21 dias de afastamento do mandato.
Ele foi autorizado a reassumir as atividades legislativas após o Senado ter rejeitado medidas cautelares impostas a ele pelo Supremo. Ele ficou proibido de atuar como senador e de sair de casa à noite.
Gravado pelo empresário Joesley Batista, da JBS, pedindo R$ 2 milhões, o tucano é alvo de uma denúncia por corrupção passiva e obstrução da Justiça. O tucano nega as acusações.
A ala do partido que pede sua renúncia afirma que as acusações contra ele comprometem a legenda no cenário que antecede as eleições de 2018.