O presidente interino do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE), defendeu nesta quarta-feira (18) que o senador Aécio Neves (PSDB-MG) renuncie à presidência do partido. Para Tasso, “não há mais condições” para que o parlamentar mineiro retorne ao comando do PSDB.
Presidente titular da legenda, Aécio se licenciou do cargo de dirigente partidário em maio, no mesmo dia em que o ministro Luiz Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), determinou o afastamento do senador de Minas do mandato parlamentar com base na delação premiada de executivos do grupo J&F.
Segundo a Procuradoria Geral da República (PGR), o tucano pediu R$ 2 milhões do empresário Joesley Batista, um dos donos da J&F. O Ministério Público também afirma que Aécio atuou em conjunto com o presidente Michel Temer para impedir o andamento da Lava Jato. O senador mineiro nega as acusações.
Nesta terça (17), o Senado derrubou uma decisão da Primeira Turma do STF que havia afastado, pela segunda vez, Aécio do mandato de senador. Com isso, o parlamentar do PSDB deve retornar ao Senado ainda nesta quarta-feira.
“Eu acho [que ele deve renunciar] porque eu acho que ele não tem condições dentro das circunstâncias que está de ficar como presidente do partido. Nós precisamos ter uma solução definitiva, não provisória”, enfatizou Tasso na manhã desta quarta.
O senador cearense assumiu interinamente o comando do PSDB em maio, depois que Aécio foi afastado pela primeira vez do Senado por ordem do Supremo. Ele retornou às atividades parlamentares no final de junho com autorização do ministro do STF Marco Aurélio Mello.
Mesmo defendendo a renúncia do colega tucano da presidência do PSDB, Tasso julgou acertada a decisão do plenário do Senado que devolveu o mandato de Aécio.
“No meu entender, o Senado deu a Aécio o que ele não teve até agora, que é o direito de defesa. Porque o julgamento do Supremo continua. Na Justiça, ele terá o direito de apresentar a sua defesa”, ponderou o presidente interino do PSDB.