Política

Maioria da bancada de MT vota contra expulsão de Aécio do Senado

Os senadores Cidinho Campos e Wellington Fagundes (ambos PR) votaram contrário ao pedido de afastamento do senador Aécio Neves (PSDB-MG), denunciado por corrupção passiva e obstrução de Justiça, com base nas delações premiadas dos sócios-proprietários da empresa J&F. A decisão de afastá-lo partiu da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) que também resolveu atacar a solicitação da Procuradoria-Geral da República que restringiu o passaporte e impôs o recolhimento domiciliar noturno ao parlamentar.

De Mato Grosso apenas o senador José Medeiros (Podemos) votou a favor da retirada de Aécio do Senado Federal, já que é oposição declarada. Todavia, era necessário no mínimo 41 votos favoráveis ao afastamento e a manutenção das medidas cautelares impostas pelo STF, o que não aconteceu, sendo 44 contra 26.

Por meio de nota, o tucano afirmou que o apoio dos colegas assegura não só sua permanência, mas sim a oportunidade de “comprovar cabalmente na Justiça sua inocência”.

De acordo com os componentes da bancada ruralista, cada qual votou conforme a orientação do partido, uma vez que a maioria não achou justo retirar Aécio por definitivo do rol político.

Dos 81 senadores, 71 compareceram à sessão. O presidente Eunício Oliveira (PMDB-CE) se declarou impedido de votar. O encerramento da votação levou mais de 30 minutos, sob o pretexto de esperar parlamentares que ainda estavam a caminho da Casa. Um deles foi o líder do PSDB, senador Paulo Bauer (SC), que estava em observação médica após ser diagnosticado com crise hipertensiva na tarde de hoje. Ronaldo Caiado (DEM-GO), que se machucou ao cair de uma mula durante o feriado prolongado, compareceu ao Senado de cadeira de rodas, mesmo licenciado das atividades, para votar pela manutenção do afastamento. Outros nove senadores não estiveram presentes devido a viagens internacionais e licença parlamentar.

Histórico

Aécio Neves foi afastado do mandato, teve o passaporte retido e o recolhimento domiciliar noturno determinado pelo STF após pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) no inquérito em que o tucano foi denunciado por corrupção passiva e obstrução de Justiça, com base nas delações premiadas da empresa J&F.

Em junho, o parlamentar foi acusado e receber R$ 2 milhões em propina do empresário Joesley Batista, dono da empresa JBS, com o qual foi gravado, em ação controlada pela Polícia Federal, em conversas suspeitas.

O dinheiro teria sido solicitado pelo próprio Aécio, cujo objetivo seria cobrir despesas com advogados. Em troca, ele teria oferecido sua influência política para a escolha de um diretor da mineradora Vale. Ele nega as acusações, afirmando que a quantia se refere a um empréstimo particular.

Sobre a denúncia de obstrução de Justiça, Janot acusou Aécio de “empreender esforços” para interferir na distribuição de inquéritos na Polícia Federal, de modo a caírem com delegados favoráveis aos investigados.

Além de negar as acusações, o senador afirma que recebeu um empréstimo pessoal de Joesley que não envolve dinheiro público. Antes da votação, ele enviou uma carta aos colegas com os principais pontos de sua defesa. 

Redação

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