A Secretaria de Estado e Educação (Seduc) tem 24.075 professores cadastrados, entre contratados e concursados. Um deles é o professor de Biologia e Ciências Juan Maro, que leciona há dez anos na Escola Estadual Fernando Leite de Campos, localizada no centro de Várzea Grande. Com dois concursos, Maro trabalha das 7h às 22h45. Um total de sessenta horas semanais em prédios escolares.
O professor fala que a desvalorização é o principal desafio para seguir a carreira. “Nós temos uma sobrecarga de alimentação do sistema de dados o que acaba consumindo boa parte da hora de preparação de nossas atividades educativas para sala de aula”, disse.
Ele também fala da falta de participação dos pais. “Muitos pais não acompanham os filhos nas atividades escolares em casa, não percebem dificuldades, ou se quer conversam com os professores a cerca do processo educativo. Quando temos pais e mães que executam tais ações é nítido a visualização da formação positiva no caráter dos filhos e do seu entendimento disciplinar”, conta o professor.
Segundo o Instituto Nacional Educacionais de Pesquisa (Inep), os cursos de bacharelado corresponde a 69% do total de matriculas, já os de licenciatura (que dão direito a dar aula) tem apenas 18,9 % e os técnicos 11%. Isto mostra que os alunos que ingressam na universidade preferem cursos para que não entrem na carreira de professor de escola pública.
“A profissão não possui salários que condizem com a demanda de trabalho. Somos, dentre as carreiras do funcionalismo público uma das menos atraentes. Portanto não conseguimos realizar um sistema de convencimento dos melhores profissionais. Penso, também, que muitos estudantes, ao longo de sua vida de estudos, têm um sentimento de alteridade, e se colocam no lugar do professor. Assim, acabam por perceber a luta diária destes profissionais e entendem a demanda energética para se realizar a função”, comenta Juan.
O professor ainda declara que mesmo com as dificuldades, ele consegue fazer aula diversificada. “Este ano, por exemplo, temos o projeto Biomas, no qual escolhemos um bioma de Mato Grosso para estudar a fundo seus fatores ambientais, sociais, culturais e históricos. Este ano o projeto cultural culmina com uma viagem de campo para o cerrado, município de Chapada dos Guimarães”, disse ao Circuito Mato Grosso.
O secretário adjunto de políticas educacionais, Edinaldo Gomes de Souza, disse que há dificuldade principalmente no interior para contratar professores de exatas. “Há uma carência enorme para contratar principalmente professores de química e física, principalmente no interior do estado”, relata o secretário.
Gomes ainda fala que o Governo de Mato Grosso, os profissionais terão 30% de ganho real. “Nestes quatro anos, além da Revisão Geral Anual (RGA), os profissionais terão 30% de ganho real. Além disto, terão uma melhor estrutura com investimento de R$ 360 milhões em reformas físicas nas escolas, construções de quadras esportivas e novas unidades de ensino”, falou.