Mato Grosso a grande maioria das figuras políticas foi marcada por investigações policiais de corrupção. Ex-governadores, presidentes da Assembleia Legislativa, deputados, prefeitos, secretários, empresários e servidores públicos foram expostos como integrantes de uma rede de pagamento de propinas, de desvio de dinheiro e interferência em poderes para favorecimento de alguns.
O ano de 2018 e os próximos devem refletir estado de agonia dessa situação. A falta de legitimidade dos políticos, a crise de representatividade e um sistema eleitoral considerado defasado irão refletir no país por mais algumas eleições.
A crise política é percebida por partidos como um obstáculo na preparação para as próximas eleições. O secretário executivo do PSD, Stephano Carmo, afirma que restará pouco tempo para a articulação e preparação de grupos para as eleições de 2018.
“Não dá para discutir as eleições agora. A delação de Silval Barbosa e outros casos investigados jogaram balde de fria na pré-candidatura. Não existe humor da população para falar de política, e considerando que o tempo de campanha será mais curto, quem tiver nome conhecido ainda levará vantagem”.
O PSD, sigla do vice-governador Carlos Fávaro, diz que a decisão é permanecer no grupo de base do governador Pedro Taques nas eleições de 2018, apesar de haver movimentos de Fávaro para lançamento de candidatura majoritária.
“Acho que até 40% da Assembleia será renovada no ano que vem. Os partidos novos vão precisar trabalhar para ocupar esse espaço, pois os políticos já conhecidos, mesmo com envolvimento em corrupção, têm uma base fidelizada em sua região e devem ocupar os 60% dos cargos”.
O novato Podemos é outro partido que precisará apresentar discurso que se diferencie dos já conhecidos. O líder da sigla em Mato Grosso, senador José Medeiros, diz que o “movimento” (ele recusa a nomenclatura tradicional), diz que a crise irá gerar oportunidade para se faça um “novo tipo de política”.
“Acho que temos condição de apresentar uma nova forma de fazer política. Somos um movimento que está sendo construído com a participação da população, algo que é diferente dos grandes partidos no Brasil.”
Ele, no entanto, não nega a dificuldade em selecionar nomes para concorrer pelo grupo em 2018, com o envolvimento de vários políticos em investigação criminais.
“É algo que se precisa olhar com cuidado, pois a situação da política em Mato Grosso, assim como no país, está em crise aguda. É necessário se preocupar com o efeito disso para não cair na vala comum.”