Existe um “gene do paladar” que condiciona as escolhas das pessoas na mesa e indica uma preferência das mulheres por vinhos brancos, assim como uma diferente sensibilidade ao sabor amargo entre cada nacionalidade.
A conclusão é de um estudo internacional coordenado pela Universidade de Milão e publicado na revista “Scientific Reports”. A pesquisa testou a percepção do gosto amargo e adstringente (que contrai) do vinho tinto e de outros alimentos ricos em polifenol – composto antioxidante presente em cascas de frutas – em voluntários de diferentes países.
“Provando alguns alimentos, como verduras e chocolate, e comparando nossas sensações com a de nossos vizinhos, descobrimos que a sensibilidade deles ao gosto amargo é diversa da nossa”, declarou o coordenador do estudo, o italiano Alberto Bertelli, que atuou em parceria com pesquisadores da República Tcheca e da Alemanha. Na Itália, as pessoas se mostraram menos sensíveis ao amargor.
“O polimorfismo [variedade de formas] relativo à adstrição é significativo apenas no gênero feminino, sugerindo talvez uma preferência das mulheres por vinho branco. Enquanto nos voluntários italianos, o polimorfismo relativo ao amargo não chega a ser significativo, indicando talvez o efeito de estilo de vida e cultura diferentes”, diz o estudo.
O consumo de vinho é característico dos países mediterrâneos, principalmente na Itália, e, segundo Bertelli, “tal modelo virtuoso pode ter a mesma importância que o efeito dos genes”.