Jurídico

Delegados devem recusar novo interrogatório de casal Lesco

O casal Evandro Lesco e Helen Cristhy Lesco encaminhou um documento de duas páginas à Polícia Civil solicitando um novo interrogatório aos delegados Ana Cristina Feldner e Flávio Stringueta, responsáveis pelo inquérito dos grampos telefônicos. Presos junto a outros seis, no dia 27 de setembro, sob suspeita de atrapalhar as investigações das escutas ilegais em Mato Grosso, eles já haviam prestado depoimento na semana passada no Complexo Miranda Reis.

Ao falar com o Circuito Mato Grosso, Stringueta afirmou que se não houver novidades que possam agregar ao inquérito, não há motivos para um novo reinterrogatório. “Não há mais urgência nisso [depoimento]. Se for do interesse dos advogados eles vão nos procurar e dizer o que o Lesco e a mulher têm interesse em falar. Porque se não for para acrescentar nada no inquérito a gente nem defere o pedido”, afirmou.

O delegado também frisou que durante o primeiro depoimento o casal se absteve de prestar as declarações durante o interrogatório.

“Lemos [o pedido] na hora e não vimos nada de interessante para as investigações. Foi dada a oportunidade e eles falaram que só iriam depor em juízo. Os únicos a serem beneficiados com esse novo interrogatório são eles, então precisamos de algo que agregue ao inquérito”, declarou Stringueta ao pontuar que ainda não há possibilidades de um novo interrogatório para Evandro e Hellen, conforme já divulgado.

Na decisão que autorizou a prisão preventiva do casal, o desembargador Orlando Perri aponta que a mulher do coronel o auxiliou para que tivesse encontros com outros militares com intuito de arquitetar uma forma de conseguir informações que comprometessem o magistrado, que é responsável pela relatoria do inquérito.

Lesco já havia sido preso anteriormente e cumpria prisão domiciliar quando recebeu o segundo mandado. De acordo com as investigações, ele teria comprado à vista dois equipamentos que podem ser usados para interceptações telefônicas, em maio de 2015, no valor de R$ 24 mil.

Os aparelhos foram adquiridos quando ele era secretário-adjunto de Segurança Governamental da Casa Militar, cargo para o qual foi nomeado em fevereiro de 2015, como consta do Diário Oficial do Estado.

Outro lado

O Circuito Mato Grosso não conseguiu encontrar a defesa de Evandro e Helen Lesco.

Operação Esdras

A Operação Esdras, deflagrada no dia 27 de setembro pela Polícia Civil, tinha o objetivo de desarticular um grupo acusado de montar uma estratégia para atrapalhar as investigações relacionadas aos esquema de grampos ilegais no Estado e obter informações que pudessem comprometer o relator do processo no Tribunal de Justiça de Mato Grosso, desembargador Orlando Perri, para afastá-lo do caso.

Os mandados foram autorizados pelo desembargador Orlando Perri, a pedido da delegada responsável pelo inquérito, Ana Cristina Feldner, da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO).

Foram presos ex-chefe da Casa Civil, Paulo Taques, o secretário de Justiça e Direitos Humanos, coronel Airton Siqueira, secretário de Segurança afastado, Rogers Jarbas, e o ex-secretário da Casa Militar, Evandro Lesco.

Outros dois militares também alvos do mandado de prisão preventiva, o sargento João Ricardo Soler e major Michel Ferronato, a mulher de Lesco, Helen Christy Carvalho Dias Lesco, e o empresário José Marilson da Silva, ex-dono da empresa Simples IP que fornecia sistema de segurança sentinela ao Governo.

Ao todo foram oito mandados de prisão,  uma condução coercitiva, uma fixação de medidas restritivas e 16 de busca e apreensão.

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Redação

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