Política

Joao Doria atribui sua queda de aprovação a herança da gestão PT

O prefeito João Doria (PSDB) atribuiu às dificuldades financeiras da Prefeitura de São Paulo sua queda de aprovação registrada pela mais recente pesquisa Datafolha. Ele culpou diretamente a gestão de Fernando Haddad (PT), seu antecessor.

"Estamos com nove meses de gestão à frente da Prefeitura de São Paulo, sem recursos. Temos R$ 7,5 bilhões de deficit no orçamento da prefeitura [em relação à receita prevista pela gestão anterior]. Que foi herança do PT, que nos deixou esse rombo", disse Doria, na manhã de domingo, em evento na cidade.

A aprovação da administração do tucano recuou nove pontos percentuais. Segundo o levantamento publicado neste domingo (8), o prefeito tem 32% de aprovação, 26% de rejeição e 40% de avaliação regular entre os paulistanos. Há quatro meses, Doria pontuava 41% de ótimo/bom, 22% de ruim/péssimo e 34% de regular.

Pela primeira vez, a avaliação regular supera a positiva desde que sua gestão começou, em janeiro. A margem de erro da pesquisa é de três pontos para mais ou menos. Foram entrevistadas 1.092 pessoas quarta (4) e quinta (5).

Como mostrou a "Agência Lupa", relatório do Tribunal de Contas do Município sobre as contas de 2016, a última de Haddad, diz que o caixa bruto da prefeitura fechou o ano com superavit.

Eram R$ 5,34 bilhões. Porém, depois de descontadas despesas que deveriam ser quitadas no curto prazo, o saldo seria de R$ 3,15 bilhões. Desse montante, somente R$ 305,7 milhões seriam recursos disponíveis para qualquer despesa na cidade.

No fim do mandato, Haddad reduziu gastos em várias áreas. Um esforço para evitar um rombo nas contas que, no entanto, afetou serviços.

Outro ponto de redução do caixa foi a decisão de Doria de congelar a tarifa de ônibus em R$ 3,80 em 2017. O custo dessa escolha, estimada pela prefeitura, é de R$ 400 milhões até dezembro.

Neste domingo, Doria também afirmou que vai manter sua agenda de viagens. O Datafolha mostrou que parcela significativa da população desaprova o ritmo do prefeito. Para 49%, suas viagens pelo país trazem mais prejuízos do que benefícios à cidade, enquanto 35% aprovam a iniciativa. Já os que veem benefício pessoal ao tucano nas viagens são 77%, contra 14% que enxergam o contrário.

"[As viagens] são em benefício da cidade, mas nenhum benefício é imediato", diz ele, reforçando que precisa estar pessoalmente nos compromissos. "Isso é feito sempre de prefeito com prefeito, por isso existem prefeitos."

O tucano viaja nesta semana para a Itália. No sábado (7), esteve no Pará, onde participou do Cirio de Nazaré.

Doria passou a percorrer o país em reuniões e estreitou relações com siglas como o DEM, cuja parcela ligada ao prefeito de Salvador, ACM Neto, vê o tucano como melhor candidato à Presidência que o seu padrinho, o governador Geraldo Alckmin (PSDB).

Com efeito, 58% preferem que ele permaneça na prefeitura, contra 10% que o desejam candidato à Presidência. Apenas 18% votariam com certeza no tucano para a Presidência, enquanto 26% o fariam para o governo de SP –55% não votariam nele de jeito nenhum a presidente.

Sobre a rejeição a uma possível candidatura ao Planalto do Planalto em 2018, Doria nega estar em campanha. "Eu não me apresento como candidato à Presidência da República, eu me apresento sempre como prefeito da cidade de São Paulo. Quem induz, fala, quem apresenta o meu nome são as pesquisas, não sou eu", diz.

Mas será candidato? "O dia de amanhã cabe ao amanhã."

Redação

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Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.

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