Sob pressão do próprio partido para que deixe a relatoria da denúncia contra o presidente Michel Temer, o deputado Bonifácio de Andrada (PSDB-MG) disse que não deve se afastar da função.
"Se alguém estiver em desacordo com a minha presença como relator, tem que falar com presidente da comissão. Ele que me designou, ele que pode me destituir. Eu, por mim próprio, não devo me afastar. Seria uma demonstração minha pública de falta de compromisso com a própria Câmara dos Deputados", disse Andrada à reportagem, logo depois de concluir uma rápida reunião com o presidente da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), Rodrigo Pacheco (PMDB-MG).
Mais cedo, o líder do PSDB na Câmara, Ricardo Tripoli (SP), disse que esperaria até a manhã desta quarta-feira (4) que Bonifácio de Andrada deixe a relatoria para evitar "constrangimento" aos correligionários.
"Vou deixar [a função] se o presidente da Comissão de Constituição e Justiça me fizer um apelo para eu me afastar. Se ele me fizer um apelo, imediatamente eu saio. Estive com ele agora e ele não fez este apelo", afirmou.
Andrada minimizou a pressão dos tucanos. "Faz parte do processo político. Tem grupos que são numa direção, tem grupos que são em outra. Isso não me assusta. Com 50 anos de vida pública, isso é mais um fato."
O relator disse que começou nesta terça-feira a levantar os dados da denúncia e afirmou que utilizará até o último dia do prazo para concluir o relatório.