Na defensiva, o deputado estadual e líder do governo na Assembleia Legislativa (AL-MT), Dilmar Dal Bosco (Democratas), declarou que “acredita” e “confia” plenamente na honestidade do governador. A declaração foi feita nesta terça-feira (3) durante lançamento do Programa Pró-Estrada no Palácio Paiaguás, onde Pedro Taques (PSDB) também se fazia presente.
“Lógico que mancha alguma coisa [referindo-se às prisões de secretários]. Mas, nós estamos aí para contribuir e colaborar. Eu acredito no governador, acredito na lealdade dele, na seriedade dele, na honestidade do Pedro Taques e sempre tenho me pautado por isso”, respondeu à imprensa.
Na semana passada mais dois secretários nomeados por Taques foram alvos de mandados da Polícia Civil. A Operação Esdras desencadeada em decorrência de investigações de grampos telefônicos culminou na prisão de demais pessoas envolvidas. Entre os nomes está o do delegado e ex-secretário da Segurança Pública, Roger Elizandro Jarbas, o ex-chefe da Casa Civil, Paulo Taques – que inclusive é primo do governador –, o ex-secretário de Justiça e Direitos Humanos do Estado, coronel Airton Siqueira, e o coronel da PM, Evandro Lesco.
Em relações às eleições, Dilmar admitiu que a situação de crime logicamente prejudica o quadro, uma vez que os cargos públicos também devem ser usados pensando na política.
“Claro que prejudica, porque trata-se de governo, secretário de governo. Por isso que muitas vezes perguntamos se secretário deve ser político e não só técnico. Eu vejo que tem que esclarecer, porque a mancha fica, um clima ruim, mas temos que apurar os fatos”, afirmou na oportunidade.
Dal Bosco também adiantou que uma reunião já está pré-agendada para definir os próximos passos da base. Em razão desses fatos o ex-senador Jayme Campos (Democratas)– um dos fortes concorrentes aliado – também foi comunicado.
“Vamos pedir que as investigações sejam feitas para levantar a verdade. Tenho conversado com o senador Jayme e vamos fazer uma reunião do partido também porque somos da base, estamos solidários e fiel ao governo. Esperamos que isso não denigra a imagem [de Pedro Taques]”, diz o deputado.
Operação Esdras
A Polícia Civil realizou no último dia 27 cumprimento de mandados de prisão, busca e apreensão, condução coercitiva e medida restritiva de pessoas relacionadas ao esquema conhecido como "grampolândia pantaneira".
Entre os alvos, o ex-chefe da Casa Civil Paulo Taques, o secretário de Justiça e Direitos Humanos, coronel Airton Siqueira, o secretário de Segurança afastado, Rogers Jarbas, e o ex-secretário da Casa Militar, Evandro Lesco.
Também estão na lista dois membros da Polícia Militar que atuavam no serviço de inteligência, o sargento João Ricardo Soler e major Michel Ferronato, além da mulher de Lesco, Helen Christy Carvalho Dias Lesco, e o empresário José Marilson da Silva, ex-proprietário da empresa Simples IP, que fornecia sistema de segurança sentinela ao governo.
Os mandados foram autorizados pelo desembargador Orlando Perri, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJ-MT), a pedido da delegada responsável pelo inquérito, Ana Cristina Feldner, da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO).
Ao todo foram oito mandados de prisão, uma condução coercitiva, uma fixação de medidas restritivas e 16 de busca e apreensão. Todos os detidos foram encaminhados ao Fórum de Cuiabá para audiência de custódia.
Entre as apreensões estavam inclusos documentos, aparelhos celulares, notebooks, HDs, pen-drive, incluindo imagens do circuito interno de televisão e material de espionagem, como óculos, chaveiros, canetas e broches.
A ação foi denominada Operação Esdras.
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