Liderando o ranking nacional de maior produção agrícola do país em 2016, o município de Sorriso alcançou o montante de R$ 3,2 bilhões, o que representou um aumento de 28,3% em relação ao ano anterior. Com mais de 1,0 milhão em hectares, o município é o maior produtor de soja e milho do Brasil.
Ao Circuito Mato Grosso, o vice-presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado de Mato Grosso (Aprosoja), Elso Vicente Pozzobon, explicou que os números foram obtidos devido à extensão da área de produção e às tecnologias usadas.
“O município tem a maior extensão de área de produção de soja e somos por consequência o maior produtor de milho também. O tamanho da área que ocupa nessas culturas é o que significa essa colocação no ranking com o maior PIB Agro. Lógico que também as tecnologias utilizadas, o profissionalismo dos produtores que estão nessa região”, avaliou.
A liderança resultou na retirada de São Desidério (BA) da liderança do ranking. A queda foi de 33,5% no valor de produção em 2016 ante 2015, despencando para a 11ª posição. Os dados são da pesquisa Produção Agrícola Municipal (PAM) 2016, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) neste mês de setembro.
“Nós sempre disputamos com São Desidério, que tinha até 2015 o maior PIB Agro e nós ficávamos sempre na ponta. Sorriso sempre teve a perspectiva de estar na liderança desse processo e agora está”, comemorou Elso.
O ranking divulgado pelo IBGE mostrou ainda que os cinco maiores municípios em valor de produção são de Mato Grosso: Sorriso, Sapezal, Nova Ubiratã, Campo Novo do Parecis e Nova Mutum.
Segundo o vice-presidente, a expectativa é que a colocação de primeiro lugar se mantenha no próximo ano. “Tem tudo para continuar. Mas como dependemos bastante do clima, a gente não pode antecipar isso, mas o nível de plantio será o mesmo e o nível de tecnologia também. Então há perspectivas de continuarmos colhendo uma bela safra”.
Três municípios goianos também tiveram destaque no ranking nacional: Cristalina (com crescimento de 11,9% no valor de produção em 2016), Jataí (aumento de 24,9%) e Rio Verde (alta de 19,0%).
Entre as unidades da Federação, São Paulo manteve a liderança no valor da produção, com 16,4% da participação nacional, avanço de 1,4 ponto porcentual em relação ao ano anterior. A participação de Mato Grosso diminuiu 0,1 ponto porcentual, para 13,8%, devido a perdas na produção de soja e milho.
Os cinco principais estados agrícolas do país – São Paulo, Mato Grosso, Paraná, Rio Grande do Sul e Minas Gerais – responderam por 66,9% do valor da produção agrícola do país no ano de 2016.
Falta de chuva afeta plantio de soja
Desde o dia 15 de setembro, está aberto o plantio de soja em Mato Grosso, mas devido à falta de chuva o vice-presidente da Aprosoja contou que a perspectiva para dar início ao plantio ainda não existe: “As previsões de chuva para os próximos dias são muito fracas, não é recomendável que o produtor plante sem umidade já confirmada. Nós temos um parâmetro de no mínimo 70 mm de chuva num curto espaço de tempo, no caso, uma semana. Para plantar é preciso ter umidade no solo”.
Comercialização do milho está sendo finalizada
Elso informou que a comercialização da safra 2016/2017 de milho está sendo finalizada e que os produtores não estão satisfeitos com a remuneração que estão tendo.
“Nós estamos tendo que depender do apoio governamental para fazer a comercialização de uma boa parte dessa safra e isso não era o desejável. Mas é uma necessidade diante do mercado que nos impõe preço. Não somos nós que estimulamos preços, então é isso”, contou.
A previsão do vice-presidente é de que a área de plantio diminua no próximo ano, pois a cultura não estaria remunerando os produtores como eles gostariam.