O governador Pedro Taques (PSDB) disse ter recebido com surpresa e perplexidade os fatos revelados no desencadeamento de outra fase das investigações sobre o esquema de escutas ilegais em Mato Grosso, nesta quarta-feira (27), que resultou na prisão de dois dos seus secretários e um ex-secretário de Estado.
“São fatos gravíssimos que, se comprovados após o devido processo legal, merecem a indignação de toda a sociedade mato-grossense”, disse em nota.
Taques anunciou o afastamento do coronel Airton Siqueira da Secretaria de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh), que foi preso preventivamente após ter um mandado de prisão autorizado pelo desembargador Orlando Perri, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJ-MT), a pedido da delegada responsável pelo inquérito, Ana Cristina Feldner, da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO).
Além dele, foram presos também o secretário de Segurança, Rogers Jarbas, que já está afastado, e o ex-secretário Paulo Taques, primo de Pedro, que já havia sido preso anteriormente por envolvimento no mesmo esquema.
Segundo o tucano, quem responderá pela pasta agora será o delegado de polícia Fausto de Freitas, do Gabinete de Transparência e Combate à Corrupção (GTCC). Ele deve atuar cumulativamente até que todos os fatos relacionados aos dois ex-secretários sejam devidamente esclarecidos.
Ataque ao judiciário
Na semana passada, após a determinação de colocação de tornozeleira no então secretário Rogers Jarbas, o governador contestou a determinação do desembargador Orlando Perri categorizando como absurda e ainda alegou que o magistrado estaria perseguindo os seus secretários.
“O coronel Zaqueu Barbosa, Evandro Lesco e Ronelson Barros estão presos em razão desta investigação. Quero ressaltar que são pessoas sérias, decentes, que estão a sofrer este tipo de retaliação. Sem falar no ex-secretário Paulo Taques que foi preso em razão da determinação do juiz acusador, Orlando Perri”, disse em entrevista à imprensa.
Desta vez, o tucano preferiu se manifestar de forma mais política, sem muitos adjetivos e críticas.
“O Governo de Mato Grosso conclama os demais Poderes e a sociedade civil organizada a se unirem neste momento de dificuldades institucionais, por entender que o Estado e suas instituições são maiores que os indivíduos e suas circunstâncias, e devem se manter fortes, estáveis e coesos para liderar a sociedade na superação de seus desafios, sejam eles quais forem”, finaliza a nota.
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