Opinião

Doces de setembro

De modo geral o mês de setembro tende a ser energeticamente mais agradável que outros meses do ano. Ele é a ponte sossegada que liga os aspectos divisivos do ano, de forma que é possível notarmos imensa diferença entre o ciclo vivido antes e depois de setembro. Isso, de forma genérica, visto que os ciclos estão mais intimamente ligados à energia pessoal de cada um e suas influências planetárias.

Setembro traz a comemoração espiritual da infância; ele representa o recomeço em número e em letra: mês 9, um número ligado aos limites da vida material para a vida espiritual (os nagôs e várias outras sociedades humanas acreditam que existem 9 céus), mês SETEmbro, um número dos grandes quando se trata de numerologia e força quantitativa, o limite infinito do poder. Setembro carrega o final da seca de agosto que representa o culto à morte e nos dá a alegria da primavera que representa a energia e o culto às divindades infantis.

Ontem, dia 27, se comemorou o dia dos santos gêmeos Cosme e Damião, mártires da fé cristã, exemplos exímios de profissionais que faziam de sua profissão manifestação do amor e da misericórdia de Deus na vida dos que precisavam. Os dois irmãos foram no Brasil sincretizados com o orixá Ibeji que também é celebrado e comemorado na data da festa dos santos. Cuiabá já foi palco no passado de grandes comemorações em honra desses santos. No bairro do Porto, especificamente na Rua Comandante Costa, ocorria uma das maiores celebrações a esses santos em nossa cidade. Cada casa da rua preparava uma festa em honra dos santos e quando alguma casa não preparava uma festa providenciavam algum pacotinho de doce para ser dado. Às 18h era dada a largada inicial e todas as famílias distribuíam seus doces às crianças que acorriam munidas de sacolas nos bolsos em direção à tradicional rua cuiabana.

A festa era concluída no cruzamento da rua com a Av. Sen. Metello, com a maior de todas as festas organizada anualmente por uma família devota. Os tempos passaram e com eles também, infelizmente, muitos fatos saíram do campo da realidade para se tornarem lembranças. Seguindo o exemplo que me deram quando menino, todos os anos, até hoje, preparo pacotinhos de doces para dar aos amigos; isso está além de tradição e costume, é algo afetivo, sensitivo eu diria; o doce tem uma força inimaginável quando dado a alguém: alivia as dores, as tensões, as preocupações, absorve nossas ocultas loucuras – a ciência já o provou. Enquanto escrevo, olho para minha bolsa cheia de balas para distribuir, é a semana do amor puro e até domingo desejo manifestar o desejo de bem para muitas pessoas através do simbolismo do doce. Tente fazer o mesmo, tenha sua experiência, tenho certeza de que não irá se arrepender.

Redação

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Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.

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