Atualmente 80 servidores do sistema penitenciário do estado estão afastados do serviço para tratamento de saúde devido ao assédio moral sofrido no serviço. A informação é do Sindicato dos Servidores Penitenciários do Estado de Mato Grosso (Sindspen-MT) Contra essa realidade, servidores se reuniram na tarde desta segunda-feira (25), em frente à sede da Secretaria Estadual de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh), no bairro Quilombo em Cuiabá (MT) para reivindicar contra o assédio moral, psicológico e emocional sofrido pelos agentes.
Segundo o presidente do Sindicato dos Servidores Penitenciários do Estado de Mato Grosso (Sindspen-MT), João Batista Souza, hoje pela manhã, o secretário da Sejudh Airton Benedito de Siqueira Junior, recebeu parte de representantes do sistema para uma conversa, e pediu que para que fosse realizada uma nova reunião na terça-feira (26), e que fosse documentado os casos de assédio moral, para que a secretaria possa tomar algum posicionamento, a cerca das denúncias realizadas.
“Já protocolamos outras vezes documentos que cobrava o fim do assédio moral contra os servidores, porém até o momento nenhuma atitude foi tomada, e com o manifesto de hoje, é para mostrar a população e a Sejudh, que o assédio moral adoece e além dos 80 afastados, muitos têm trabalhado doente, justamente por causa da pressão psicológica”, assegurou João Batista.
João ainda ressaltou que, segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT) a profissão de agente penitenciário é a segunda mais estressante do mundo, e que além da pressão psicológica dos presos, ainda tem o assédio moral por parte dos gestores, e isso faz com que a capacidade do profissional seja reduzida e a qualidade de vida caia.
“Um profissional abalado psicologicamente, acaba levando isso para dentro de sua casa, piorando a qualidade de vida dele com a família, e obviamente reverte no trabalho” completou o presidente do Sindspen.
Ainda o presidente explicou, que um dos grandes problemas enfrentados pelo sistema penitenciário hoje em dia, é a superlotação, seguido de efetivo insuficiente, fazendo que a falta de condição de trabalho, já faz com que a profissão seja estressante, o que potencializa, na falta de servidor, as administrações exigirem que o agente realize atividades que ele sabe que não será segura.
Para finalizar, João Batista explicou que os agente atuam diariamente para resguardar a vida de outros detentos, como no caso de agentes que evitaram a execução de preso em Barra do Garças (521 km de Cuiabá-MT), como no risco iminente de fuga que acontece nos presídios de todo estado diariamente.
“Um exemplo é que, com a transferência do João Arcanjo Ribeiro na Penitenciária Central do Estado (PCE), o quantitativo de servidores é o mesmo, não houve reforço e nem auxilio da Polícia Militar como foi falado por alguns anteriormente, o que aumentou, foi a atenção dos agentes para evitar que algo grave, possa acontecer”, finalizou.
Outro lado:
Em nota, a Sejudh informou desconhecer os motivos do movimento e disse que a secretaria está sempre de portas abertas para um diálogo com os servidores. Confira a nota na íntegra.
"Em relação à manifestação promovida nesta segunda-feira (25.09) por um grupo de servidores do Sistema Penitenciário, a Secretaria de Estado de Justiça e Direitos Humanos reitera que sempre está aberta ao diálogo e causa estranheza esse tipo de movimento, uma vez que as portas do órgão público estão abertas para que os servidores possam fazer suas reivindicações, desde que respeitados o bom senso e a coerência.
Todas as vezes que esta secretaria foi provocada formalmente e dentro dos canais adequados, tomou as atitudes necessárias para mitigar e solucionar quaisquer conflitos envolvendo servidores".
Veja fotos e vídeo: