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‘Secretário Roger Jarbas cometeu inúmeros ilícitos penais’, afirma Perri

O desembargador do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJ-MT), Orlando de Almeida Perri que determinou o afastamento e colocação de tornozeleira no atual secretário de segurança pública de Mato Grosso, o delegado Rogers Elizandro Jarbas, na tarde desta quarta-feira (20) alegou em seu despacho, que Rogers cometeu [e vem cometendo] inúmeros ilícitos penais durante as investigações da “grampolândia pantaneira”.

Em parte da decisão, o desembargador expõe, que entre os atos ilícitos praticados pelo secretário, estão; “o de embaraçar investigação de infração penal envolvendo organização criminosa; o de abuso de autoridade; o de usurpação de função pública; o de denunciação caluniosa; o de prevaricação”, diz trecho da decisão.

O promotor de Justiça Mauro Zaque fez uma representação contra Jarbas, e encaminhou um ofício a Perri, no dia 25 de junho, em que afirmou que Rogers Jarbas tentou investigá-lo  de forma ilegal, e estava sendo vítima de “armações” e “perseguições”, por parte do secretário.

“E, o mais curioso, foi a tentativa de o Secretário de Estado de Segurança Pública, Rogers Elizandro Jarbas, investigar, por via transversa, seu antecessor, o Promotor de Justiça Mauro Zaque de Jesus, autoridade esta que trouxe à tona a existência do malsinado grupo criminoso formado para prática de escutas telefônicas clandestinas” relata parte da decisão do desembargador Orlando Perri.

“Segundo até então apurado, o representado Rogers Elizandro Jarbas, valendo-se de seu cargo e de sua influência, busca interferir nas investigações atinentes à prática do crime de interceptação telefônica ilegal, alcunhada de “grampolândia pantaneira”, tentando obter documentos sigilosos, ou constrangendo autoridades policiais e oficiais militares, intimidando pessoas ligadas à apuração destes fatos”, continua parte da determinação de Perri.

Inclusive o fato de o secretário de segurança pública ter ouvido a delegada de polícia Alana Derlene Sousa Cardoso, com intuito de investigar  “via transversa", seu antecessor, o Promotor de Justiça Mauro Zaque de Jesus, buscando elementos capazes de o denegrir.

“E, o mais curioso, foi a tentativa de o Secretário de Estado de Segurança Pública, Rogers Elizandro Jarbas, investigar, por via transversa, seu antecessor, o Promotor de Justiça Mauro Zaque de Jesus, autoridade esta que trouxe à tona a existência do malsinado grupo criminoso formado para prática de escutas telefônicas clandestinas” cita Orlando Perri.

“Durante sua injustificável e inexplicável inquirição no âmbito da Secretaria de Estado de Segurança Pública, a delegada de polícia Alana Derlene não foi indagada apenas sobre a suposta escuta ilegal, mas, também, acerca do comportamento do Promotor de Justiça Mauro Zaque de Jesus”, completa.

Na época do depoimento, a delegada Alana encaminhou uma petição à Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-MT), alegando que foi convocada às 14 horas do dia 26/05/2017 pelo secretário Rogers Elizandro Jarbas, tendo que comparecer a sede da secretaria de segurança apenas uma hora e meia após a convocação, “sem que sequer fosse indicado o objetivo da mencionada convocação”.

Destaque-se, em adendo, que a delegada de polícia Alana sequer teve prévio acesso a qualquer documento, tampouco tomou conhecimento sobre a pauta de sua inquirição.

“Ela foi tomada de absoluta e incompreensível surpresa, sem ter qualquer possibilidade sequer de se preparar, demonstrando, com isso, a arbitrariedade perpetrada pelo Secretário de Estado de Segurança Pública”, completou.

O secretário de segurança pública deverá comparecer espontaneamente nesta quarta-feira, na 11ª Vara Criminal de Cuiabá, para que seja tomado conhecimento das medidas restritivas em desfavor do secretário, bem como fazer a colocação de tornozeleira eletrônica. Caso Rogers não compareça por livre  e espontânea vontade, deverá ser encaminhado a justiça coercivamente.

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Redação

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