No início da tarde desta quarta-feira (20), os futuros da soja ampliaram as leves altas registradas mais cedo e, perto de 12h05 (horário de Brasília), os ganhos registrados entre as posições mais negociadas passavam dos 5 pontos. Dessa forma, o contrato novembro/17 voltava aos US$ 9,71 por bushel, enquanto o maio/18 seguia buscando os US$ 10,00 e era cotado a US$ 9,98.
Como explica o economista e analista de mercado Camilo Motter, da Granoeste Corretora de Cereais, há três principais fatores direcionando as cotações neste momento: " a) boa demanda pelo produto norte-americano; b) monitoramento das primeiras colheitas nos campos do Meio-Oeste para confirmar níveis de produtividade e c) clima adverso no Brasil, cuja estiagem provoca atraso na implantação das lavouras".
Com as altas em Chicago, os preços da soja nos portos do Brasil voltaram a testar os R$ 71,00 por saca no disponível nesta quarta. O que ainda limita um avanço mais expressivo dos preços é a movimentação do dólar.
A moeda amerciana, hoje, volta a cair e, perto de 12h35 (Brasília), valia R$ 3,126 e perdia 0,28%. "O mercado também está atento à definição de juros nos EUA, que pode dar novo rumo ao dólar – no comparativo com outras moedas", explica Motter.
Bolsa de Chicago
Segundo analistas internacionais, os traders se posicionam à espera de mais informações, principalmente, sobre as primeiras produtividades que começam a chegar dos campos norte-americanos, tanto no caso do milho, quanto da soja. De acordo com o último reporte semanal de acompanhamento de safras do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), divulgado nesta segunda-feira (18), a colheita nos EUA chegou a 4% da área. O índice é apenas 1% menor do que a média dos últimos cinco anos.
Na América do Sul, atenção ao clima para o início da nova safra de verão. Previsões estendidas do Commodity Weather Group (CWG) mostram, nesta semana, que tanto o Brasil, quanto a Argentina, dão início à esta nova temporada com condiçoes inadequadas de chuvas, além de ainda estar ameaçada pela possibilidade de configuração de um La Niña.
"O desenvolvimento do La Niña aumenta as ameaças para o milho e a soja do Brasil, com uma seca podendo ocorrer em outubro no Centro e Nordeste do país. No entanto, as chuvas podem melhorar na sequência", diz o boletim do CWG.
Sobre a boa demanda pela soja americana, o USDA trouxe, nesta quarta-feira, o anúncio de uma venda de 1.212,0 milhão de toneladas da oleaginosa. Do total, há volumes das safras 2017/18 e 2018/19. Foram 132 mil toneladas da temporada atual para a China. Para destinos desconhecidos, mais 1.080,0 milhão – sendo 960 mil para entrega 2017/18 e 120 mil, 2018/19.
Este já é o segundo anúncio da semana, sendo o primeiro de 387 mil toneladas tendo sido reportado na segunda-feira (18).