Agronegócio

Tecnovax chega ao Brasil e quer 10% do mercado de vacinas

A argentina Tecnovax, que atua na área de saúde animal, chega ao mercado brasileiro com a meta de obter 10% do mercado veterinário de vacinas para bovinos – excluindo febre aftosa – até 2022.

O segmento fatura US$ 108 milhões ao ano no País. Na Argentina, a empresa responde por 24% do mercado de vacinas para ruminantes.

Já no primeiro ano, a multinacional pretende negociar um milhão de doses de vacinas dos dois primeiros produtos que colocará no mercado nacional: uma vacina para doenças respiratórias e outra contra doenças ligadas ao sistema reprodutivo. As vendas devem ter início no dia 20 deste mês.

"No terceiro ano de atuação no País, esperamos chegar a 8 milhões de doses", afirma a diretora-geral da Tecnovax no Brasil, Bibiana Carneiro.

Segundo ela, as doenças infecciosas – para as quais as vacinas são direcionadas – respondem por 50% das causas de doenças reprodutivas.

A empresa chega ao Brasil para disputar com companhias de grande porte como Bayer, a também argentina Biogènegis Bagó e a MSD, por exemplo. O setor de saúde animal movimenta US$ 1,5 bilhão ao ano no Brasil e só o segmento total de vacinas responde por US$ 328 milhões. "A grande dificuldade no mercado brasileiro é a aproximação com o cliente. Como somos pequenos, vamos apostar em um atendimento mais próximo do pecuarista", diz Bibiana.

A companhia inicia as atividades no País com representantes nos Estados do Sul, em Minas Gerais, São Paulo e Mato Grosso. "Em julho de 2018 já pretendo ter representantes também em Mato Grosso. Não entraremos no Nordeste ainda devido a dificuldades na entrega dos produtos", salienta.

A empresa ainda aguarda aprovação do Ministério da Agricultura para ampliar portfólio de produtos no Brasil. No ano que vem, a companhia pretende oferecer mais seis produtos e até 2019 todos os 18 de seu portfólio. Assim como na Argentina, onde os produtos para ruminantes respondem por 75% do faturamento da empresa, os bovinos devem ser o foco das ações da Tecnovax no Brasil. A companhia também atua no segmento de pets e de peixes. "Embora esses dois mercados sejam menores que o de ruminantes, permitem uma margem um pouco maior nas vendas", avalia a diretora.

Entre os carros-chefe da empresa, está uma vacina para doenças respiratórias voltadas para animais confinados. O Brasil deve confinar neste ano aproximadamente 4 milhões de cabeças. "O confinamento tem espaço para crescer no País até porque é preciso abrir espaço para a produção de grãos. Além da necessidade de entregar lotes mais uniformes para a indústria", diz. "Por isso considero importante estarmos no Brasil, já que é uma tendência que estes mercados cresçam", complementa.

Expectativas

De acordo com Bibiana, uma pesquisa do Centro de Sensoriamento Remoto da Universidade Federal de Minas Gerais, o confinamento no Brasil deve chegar a 14 milhões de animais em 2030. "A demanda por carne vai puxar esse crescimento", estima a executiva.

A produção das doses continuará a ser feita na Argentina, onde a empresa possui duas unidades fabris, uma em Mercedes e outra na capital, Buenos Aires, mas a companhia não descarta a ideia de ter uma fábrica no Brasil.

"A ideia é que no futuro será preciso ter uma fábrica no País, mas em cinco anos vamos avaliar se essa expectativa se confirma", informa a diretora-geral da empresa.

Redação

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