O ex-presidente da Câmara de Cuiabá, João Emanuel Moreira Lima, foi condenado a 13 anos e quatro meses de prisão pelo crime de lavagem de dinheiro. Na decisão, a juíza Selma Arruda, da 7ª Vara Contra o Crime Organizado, determinou que a sentença seja cumprida em regime fechado sem o direito de recorrer em liberdade. A decisão é do dia 15 de setembro.
Preso preventivamente em agosto de 2016, em decorrência da deflagração da Operação Castelo de Areia, João Emanuel se encontra detido no Centro de Custódia da Capital.
A ação penal derivada da 3ª fase da Operação Aprendiz investigou a lavagem de parte dos R$ 1,5 milhão desviados da Câmara dos Vereadores. Além de João Emanuel foram indiciados outras quatro pessoas, são eles Luciano Cândido Amaral, Lucas Henrique do Amaral, Gleisy Ferreira De Souza e Guedey Araújo.
Consta na denúncia do Gaeco que parte do dinheiro foi utilizado pelo ex-vereador para a compra de um carro importado, da marca Porshe, a quitação de uma reforma realizada na casa de seu ex-sogro, o ex-deputado José Geraldo Riva, e a compra de três pacotes de viagens para a Disney, que teriam sido usufruídos por ele, pela ex-esposa, a deputada estadual Janaina Riva (PSD), e a irmã dela.
Ao todo apenas três foram condenados. Luciano Cândido Amaral e Lucas Henrique do Amaral, pai e filho, indiciados por terem simulado a venda do Porshe, modelo Boxter, ano 2013, avaliado em R$ 316 mil, ao qual receberam apenas R$ 65 mil.
Na sentença a juíza absolveu Luciano e condenou Lucas Henrique a 3 anos e oito meses de reclusão em regime inicialmente fechado, tendo o direito de apelar em liberdade. Além disso, ele deverá pagar 45 (quarenta e cinco) dias-multa.
Já o ex-motorista de João Emanuel, Guedey Araújo, indiciado como “laranja”, por receber e descontar cheques em seu nome e repassar a João Emanuel, foi condenado a 6 anos e oito dias de prisão, tendo que cumprir o regime inicialmente em semi-aberto, com o direito de apelar em liberdade.
Operação Aprendiz
João Emanuel teve seu mandato cassado no dia 25 de abril de 2014. Ele tinha o nome envolvido em casos de corrupção denunciados pelo Ministério Público Estadual (MPE).
Nas denúncias do MPE, o ex-vereador foi acusado de usar o cargo de vereador para cometer fraudes no Legislativo Municipal. Pesam contra ele as acusações de formação de quadrilha, fraude em licitação, falsificação de documento público, estelionato, peculato, entre outras.
No dia 26 de março de 2014, um mês antes de ter seu mandato cassado, João Emanuel foi preso pelo Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco). Ele passou dois dias na cadeia e foi liberado.
Na "Operação Aprendiz", que desbaratou um esquema criminoso de desvio de dinheiro público por meio de fraude em licitação no âmbito das compras realizadas pela Câmara Municipal.
Um empresário do ramo gráfico que participava do esquema resolveu entregar todo o caso, o que levou o MPE a descobrir a existência e modus operandi de outro esquema ainda maior, que acontecia na Assembleia Legislativa de Mato Grosso e era supostamente chefiado pelo "mentor" de João Emanuel, o ex-deputado José Riva.
{relacionadas}