O deputado Dilmar Dal Bosco (DEM) disse que permanece como líder do governo na Assembleia Legislativa. Ele afirma que o assunto já foi conversado com o governador Pedro Taques (PSDB) após a divulgação de depoimentos do Silval Barbosa (PMDB) em delação premiada.
“Já expliquei ao governador que eu era oposição ao governo anterior, numa época que não se concedida qualquer licença exploradores de minérios em Peixoto do Azevedo, eu defendia e cobra a Sema (Secretaria de Meio Ambiente) para resolver o assunto”, disse ele em entrevista à rádio Capital FM, nesta terça-feira (19).
Dal Bosco é citado duas vezes na delação do ex-governador Silval Barbosa à Procuradoria Geral da República (PGR). Em um, ele teria participação de negociação de pagamento de R$ 600 mil a deputados como mensalinhos, com dinheiro oriundo de empresas do programa MT Integrado e das obras da Copa do Mundo.
O nome dele também aparece em uma lista de 24 deputados que teriam recebido propina para apoio a gestão de Silval Barbosa (2010-2014). Dal Bosco afirma que as informações repassadas por Silval ocorrem por ilação (sem prova de fatos) e negou que tenha participado de qualquer esquema.
“Eu participei sim de reuniões no Palácio Paiaguás, mas nunca recebi nenhum dinheiro. Eu nem sei quem são as empresas que o ex-governador disse ter tirado o dinheiro. Eu não tenho nenhuma preocupação quanto a isso, estou tranquilo”.
Conforme Silval Barbosa, o esquema de pagamentos teria iniciado em 2012 a partir de uma reunião os deputados Romoaldo Junior (PMDB), então líder do governo, José Geraldo Riva (à época presidente da Assembleia Legislativa), Mauro Savi (PSD) (o primeiro-secretário), Gilmar Fabris (PSD), Baiano Filho (PSDB), Wagner Ramos (PSD) e Dilmar Dal Bosco (DEM).
Eles teriam exigido o pagamento de R$ 1 milhão para cada deputado, condicionando a aprovação das contas anuais de Silval Barbosa ao pagamento do esquema. Esse tipo de reunião aparece em mais de um caso citado pelo ex-governador, sempre com a participação de membros da Mesa Diretora da Assembleia no período.
Silval teria feito uma contraproposta de R$ 400 mil, e a negociação foi fechada em R$ 600 mil, que seriam pagos em 12 parcelas. O valor equivalia entre 3 e 4% do total de contratos assinados por empresas envolvidas no MT Integrado, nas obras da Copa e seria utilizado, segundo Silval, para quitar dívidas de campanha.
As construtoras citadas são Guaxe e Encomind; 3 irmãos Engenharia; JM Terraplanagem e Construção; Agrimat Engenharia e Empreendimentos; Rio Tocantins; Francisco Marino; Base Dupla; Camargo Campos; Destesa Engenharia e Construção; Dínamo Construtora; H.L. Construtora; OK Construtora e Serviços; Campesato; Apuí Construtora; e Centro-Oeste Construtora.
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