A juíza Selma Arruda negou o pedido da defesa do empresário Alan Malouf, sócio do buffet Leila Malouf, para dar mais prazo para apresentar as alegações finais em relação Operação Grão Vizir, sustentando que seria uma estratégia para atrasar a sentença do processo.
Contudo, o advogado Huendel Rolim protocolou a defesa do empresário na 7ª Vara Contra o Crime Organizado nesta segunda-feira (18).
Alan Malouf passou a ser o réu da terceira fase da Operação Rêmora sob acusação de integrar o esquema de fraudes em licitação e cobrança de propina de empresários que tinham contratos com a Secretaria do Estado de Educação (Seduc).
No requerimento o advogado pediu o mesmo prazo concedido ao Ministério Público Estadual, autor da ação penal, de 47 dias, para apresentar as alegações finais. Selma Arruda contestou o pedido alegando protelação por parte da defesa.
“Ademais, a defesa já teve à sua disposição 27 (vinte e sete) dias para se manifestar em memoriais finais, e mesmo assim não o fez, tendo deixado para fazer, nas duas oportunidades concedidas, o protocolo dos expedientes já referidos no último dia do prazo, situação que, lamentavelmente, demonstra a nítida ação em protelar ao máximo a conclusão dos autos para sentença”, argumentou.
Por fim a magistrada negou o pedido e sugeriu inclusive a nomeação de outro defensor para o empresário.
Ao Circuito Mato Grosso o advogado Huendel Rolim negou que a defesa de Alan Malouf tenha sido alterada e afirmou que as alegações finais serão protocoladas ainda hoje na 7ª Vara.
A Operação
A denúncia derivada da 1ª fase da Operação Rêmora foi aceita pelo juiz Bruno D’Oliveira Marques, substituto da Vara Contra o Crime Organizado da Capital, em maio deste ano. O Gaeco apontou crimes de constituição de organização criminosa, formação de cartel, corrupção passiva e fraude a licitação.
Na 1ª fase, foram presos o empresário Giovani Guizardi; os ex-servidores públicos Fábio Frigeri e Wander Luiz; e o servidor afastado Moisés Dias da Silva. Apenas Frigeri continua preso.
Nesta fase, são réus na ação penal: Giovani Belato Guizardi, Luiz Fernando da Costa Rondon, Leonardo Guimarães Rodrigues, Moises Feltrin, Joel de Barros Fagundes Filho, Esper Haddad Neto, Jose Eduardo Nascimento da Silva, Luiz Carlos Ioris, Celso Cunha Ferraz, Clarice Maria da Rocha, Eder Alberto Francisco Meciano, Dilermano Sergio Chaves, Flavio Geraldo de Azevedo, Julio Hirochi Yamamoto filho, Sylvio Piva, Mário Lourenço Salem, Leonardo Botelho Leite, Benedito Sérgio Assunção Santos, Alexandre da Costa Rondon, Wander Luiz dos Reis, Fábio Frigeri e Moisés Dias da Silva.
Em julho, o Gaeco deflagrou a 2ª fase da operação, prendendo o ex-secretário da Seduc, Permínio Pinto. Posteriormente ele foi denunciado junto com o ex-servidor Juliano Haddad.
A Rêmora 3 foi deflagrada em dezembro, após a delação premiada firmada pelo empresário Giovani Guizardi. Denominada “Grão Vizir”, a operação culminou na prisão preventivamente do empresário Alan Malouf, sócio do Buffet Leila Malouf, apontado pelo delator como doador de R$ 10 milhões para a campanha de Pedro Taques no governo e tentado recuperar os valores por meio do esquema.
A terceira fase resultou em outras duas denúncias. Uma tendo como alvos o próprio Alan Malouf, considerado um dos líderes do esquema, e o engenheiro Edézio Ferreira.