O juiz da 10ª Vara Federal do Distrito Federal, Vallisney de Souza Oliveira, autorizou o pedido do ex-deputado federal Eduardo Cunha para ficar no Complexo da Papuda, em Brasília, de 18 a 26 de setembro.
Embora os depoimentos de Cunha em processos que ele responde perante a Justiça Federal do DF estejam marcados apenas para 20 e 22 deste mês, Vallisney concordou com o pedido da defesa para enviar o acusado, preso em Curitiba, com antecedência, a fim de prepará-lo para as oitivas. O magistrado afirma na decisão que a medida possibilitará a Eduardo Cunha o "exercício pleno do seu direito de defesa".
Vallisney ressaltou na decisão que a transferência temporária teve o aval também do juiz Sérgio Moro, da 13a Vara Federal de Curitiba, onde Cunha está preso, e do desembargador João Pedro Gebran Neto, do Tribunal Regional Federal da 4ª Região. Já o Ministério Público Federal "manifestou-se pela transferência para a finalidade do interrogatório".
Moro havia indeferido pedido para que o ex-deputado fosse transferido definitivamente para a Papuda, argumentando que a família dele não mora na cidade. Mas concordou, segundo Vallisney, com a permanência temporária. Geddel Vieira Lima, apontado como articulador de propinas no PMDB ao lado de Cunha, também está na Papuda.
O mesmo avião que nesta sexta-feira leva o empresário Joesley Batista, da J&F, da carceragem da Polícia Federal em Brasília para São Paulo seguirá para Curitiba para buscar Cunha, que está preso na Lava-Jato. A Papuda também receberá hoje o executivo da JBS Ricardo Saud. Ele e Joesley foram denunciados por obstrução de justiça, ao lado do presidente Michel Temer, por tentar embaraçar as investigações ao comprar o silêncio do operador financeiro Lúcio Funaro.