O ministro da Agricultura, Blairo Maggi voltou a negar que tenha autorizado ou participado diretamente de esquemas de fraude durante sua gestão no governo de Mato Grosso. A casa do ministro foi alvo da Operação Malebolge, da Polícia Federal, na manhã desta quinta-feira (14) por determinação do STF (Supremo Tribunal Federal).
Em nota divulgada há pouco, o ministro diz que “nunca houve ação, minha ou por mim autorizada, para agir de forma ilícita” durante seu governo, de 2002 a 2010, em Mato Grosso, e disse que não “vou aceitar qualquer ação para que haja ‘mudanças de versões’ em depoimentos de investigados”.
“Tenho total interesse na apuração da verdade. Ratifico ainda que não houve pagamentos feitos ou autorizados por mim, ao então secretário Eder Moraes, para acobertar qualquer ato, conforme aponta de forma mentirosa o ex-governador Silval Barbosa em sua delação”. (Leia nota abaixo)
Ao autorizar o cumprimento de mandados de busca e apreensão em imóveis de Blairo Maggi, incluindo um apartamento na Asa Sul, em Brasília, o ministro Luiz Fux afirmou, durante seu governo em Mato Grosso, existir indícios de que houve obstrução da Justiça e formação de organização criminosa vinculados a Maggi.
Em depoimento de seu acordo de delação premiada à Procuradoria Geral da República (PGR), o ex-governador de Mato Grosso Silval Barbosa (PMDB) acusou Blairo Maggi de participar de um esquema de corrupção no estado.
Ex-governador do MT acusa ministro da Agricultura de Temer de corrupção. Silval relatou ao Ministério Público Federal que o senador Cidinho Santos (PR-MT) prometeu ajuda de Blairo, do atual governador de Mato Grosso, Pedro Taques (PSDB), e do senador Wellington Fagundes (PR-MT) para que ele não fizesse delação premiada. O acordo acabou sendo feito e foi homologado pela Justiça.
A colaboração premiada de Silval Barbosa foi homologada, em agosto, pelo ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Na delação, Silval Barbosa contou à Procuradoria Geral da República (PGR) como funcionava o esquema de corrupção no governo de Mato Grosso. O delator foi vice-governador no segundo mandato de Blairo – de 2007 a 2010.
Leia a íntegra da nota
Sobre a operação realizada pela Polícia Federal nesta quinta-feira (14), esclarecemos que:
1. Nunca houve ação, minha ou por mim autorizada, para agir de forma ilícita dentro das ações de Governo ou para obstruir a justiça. Jamais vou aceitar qualquer ação para que haja "mudanças de versões" em depoimentos de investigados. Tenho total interesse na apuração da verdade.
2. Ratifico ainda que não houve pagamentos feitos ou autorizados por mim, ao então secretário Eder Moraes, para acobertar qualquer ato, conforme aponta de forma mentirosa o ex-governador Silval Barbosa em sua delação.
3. Jamais utilizei de meios ilícitos na minha vida pública ou nas minhas empresas. Sempre respeitei o papel constitucional das Instituições e como governador, pautei a relação harmônica entre os poderes sobre os pilares do respeito à coisa pública e à ética institucional.
4. Por fim, ressalto que respeito o papel da Justiça no cumprimento do seu dever de investigação, mas deixo claro que usarei de todos os meios legais necessários para me defender e reestabelecer a verdade dos fatos.
_Blairo Maggi_