O secretário do Diretório do PMDB em Mato Grosso, deputado Silvano Amaral, diz que o partido deve expulsar o ex-governador Silval Barbosa do grupo devido aos crimes confessados em delação premiada, praticados em quatro anos e meio de gestão em Mato Grosso.
“Não tem outro caminho. O Silval hoje é um criminoso, confessou crimes. O partido terá que tomar uma decisão sobre isso e não vejo alternativa senão a expulsão”.
Segundo o parlamentar, a executiva do PMDB tem reunião agendada para a próxima semana com diretório estadual e o sobre a situação política de Silval Barbosa no grupo deverá ser tratada.
“Vamos ter reunião na semana que vem com o Diretório Nacional para tratar sobre assuntos partidários e a polêmica do Silval Barbosa será colocada em pauta.”
O deputado Romoaldo Junior (PMDB) diz que a delação de Silval Barbosa implodiu o grupo político ligado ao ex-governador. Mas, afirma que não vê motivo para que haja expulsão.
“O grupo agora precisa se recompor. O Silval implodiu o grupo político dele. Ele precisa resolver a questão criminal, pessoal dele, mas não vejo por que expulsa-lo”.
As principais figuras políticas do PMDB em Mato Grosso foram atingidas pela delação do ex-governador à Procuradoria Geral da República (PGR). O prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro, que exerceu mandato de deputado estadual durante a gestão de Silval, é a figura mais desgastada.
O vídeo em que Pinheiro aparece recebendo dinheiro de suposto esquema de propina provocou forte impacto e fez o prefeito alterar sua rotina no comando da prefeitura, com menos aparições públicas por causa da rejeição da opinião pública. A denúncia também gerou abertura de proposta de CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) na Câmara de Cuiabá.
Romoaldo Junior é citado como destinatário de propina de empresa contratada para serviços de iluminação da Arena Pantanal. Silval disse à Procuradoria- que durante sua gestão o esquema de corrupção que organizou teria lhe rendido 3% de propina da Mendes Junior. Romoaldo também teria sido beneficiado com o a propina.
Do dinheiro pago ao Romoaldo Junior, Silval disse ter recebido do parlamentar cerca de R$ 200 mil a R$300 mil. O montante teria sido utilizado para custear a reforma de uma pousada, que tinha vendido ao ex-governador.
O deputado federal Carlos Bezerra, um cacique peemedebista, teria recebido propina de R$ 1 milhão para intermediar uma negociação de área no bairro Renascer, em Cuiabá. O governo diz que o esquema gerou R$ 32 milhões e a metade deste valor foi entregue para integrantes da fraude.