Com o agravamento das acusações contra ele, o presidente Michel Temer passou a evitar a imprensa brasileira na China e até mesmo uma cortina foi aberta para evitar registros de imagem do peemedebista.
O aparato, presente na entrada do hotel onde o presidente se hospeda, foi estendido neste domingo (3) durante saída do peemedebista, escondendo-o das lentes das câmeras e dos fotógrafos que o esperavam na frente do local.
O comportamento do peemedebista mudou desde que o empresário Joesley Batista aumentou as críticas a ele, chamando-o inclusive de "ladrão-geral da República".
Em Pequim, a imprensa brasileira tinha acesso livre ao lobby do hotel do peemedebista e ele falou em duas oportunidades com os veículos de imprensa.
A partir de sábado (2), no entanto, o cenário mudou. O presidente não parou mais para falar com os repórteres brasileiros e só respondeu, rapidamente e em movimento, quando perguntado se anteciparia seu retorno ao Brasil.
Antes da divulgação da nota do executivo da JBS, na madrugada de sábado (2), o presidente chegou a demonstrar irritação quando questionado sobre as novas revelações dele. "Eu não vou comentar isso. O que é isso? O que é isso?", disse.
Na noite de domingo (3), a imprensa foi convidada a se retirar do hotel em que o presidente está hospedado em Xiamen, para participar da cúpula do BRICS.
E, nesta segunda-feira (4), foi barrada do local, tendo de permanecer na calçada para não se aproximar do presidente.
Segundo relatos de integrantes da comitiva brasileira, o humor do peemedebista mudou desde a nota divulgada por Joesley Batista.
Perguntada pela reportagem, a assessoria de imprensa da Presidência da República afirmou que a decisão de abrir a cortina foi da segurança do evento, e é adotada nos hotéis de todos os chefes de Estado para evitar a ação de eventuais fraco-atiradores.
Ela disse ainda que o presidente também não concedeu entrevistas porque todos os anúncios e decisões tomadas no BRICS são públicas e foram informadas por ministros da delegação brasileira.