Cidades

UFMT enfrenta rombo de R$ 14 milhões e instituição vive fragilidade

Estudos realizados pela Pró-Reitoria de Planejamento (Proplan) da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) indicam que a Instituição precisará de R$ 14 milhões para honrar os compromissos com os pagamentos de custeio (manutenção) até dezembro de 2017.

Em nota, a reitoria da UFMT afirma que o dia a dia na administração da Universidade, é escolher despesas que serão pagas. “Os recursos disponíveis são sempre insuficientes para cobrir todas as obrigações”.

A publicação no site da UFMT cita que de 2014 para cá, em termos orçamentários, a UFMT perdeu 50% dos recursos de capital para obras e aquisição de equipamentos e 20% dos recursos de custeio para manutenção e despesas básicas, sem levar em conta a inflação. “Hoje temos uma situação em que, o orçamento aprovado, mesmo sendo defasado, não está sendo liberado integralmente”.

Segundo a reitoria, na medida em que os recursos começam a não vir, os problemas vão se acumulando. “Obras estão em passo mais lento porque não há como honrar os compromissos. No custeio, os cortes afetam áreas como manutenção, vigilância, iluminação, limpeza e outras necessárias e essenciais para as atividades regulares da instituição”.

Um dos atuais desafios, em meio a esta crise, é a necessidade da UFMT consolidar a expansão, que inclui o Campus de Várzea Grande e dois novos cursos de Medicina, em Rondonópolis e Sinop. Porém, de acordo com a reitoria, os repasses estão diminuindo e as novas vagas de professores e técnicos da expansão estão retidas, sem autorização para concurso público.

“Precisamos sensibilizar a comunidade universitária e a sociedade para a importância do que está acontecendo, pois lá na frente, quando perceberem que a universidade pública é fundamental, provavelmente não teremos a capacidade que deveríamos ter para atender as demandas”, alerta a retoria.

A nota ainda observa que a universidade pública, “um patrimônio valioso para a sociedade brasileira”, está fragilizada e em risco. “Nós formamos mão de obra de alto nível, cientistas, gestores e lideranças do país. A expansão trouxe para dentro das universidades grupos sociais que estavam excluídos do ensino superior, inserindo pessoas de baixa renda, indígenas, negros, quilombolas no mundo universitário. O sucesso dessa política só vai acontecer quando conseguirmos formar e formar bem esses alunos”.

Assistência estudantil

Outra questão destacada na nota é que o Programa Nacional de Assistência Estudantil (PNAES) é insuficiente para o tamanho da demanda. Na UFMT são atendidos apenas cerca de 20% de estudantes em situação de vulnerabilidade socioeconômica. “Não se trata de um gasto a mais, é um investimento em uma área que decide qual vai ser o seu futuro. Nós pagamos muito mais caro cada vez que descontinuamos o investimento em educação, ciência e tecnologia. Sem esses investimentos, o país nunca chegará à condição de enfrentar os nossos próprios problemas”.

Saídas

A reitoria da UFMT aponta duas saídas emergenciais para amenizar o caos. Uma delas é conseguir que os Ministérios da Educação (MEC) e do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão (MPDG) liberem integralmente os recursos de 2017 – que já seriam insuficientes, e conseguir aprovar, para 2018, um orçamento que recomponha os valores de 2015 e 2016, no mínimo corrigidos pela inflação.

De acordo com a UFMT, a reitora Myriam Serra está em Brasília, junto a reitores de outros estados, em busca de recursos.

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Redação

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Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.

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