Sabe quando você vai parar de cair? Quando morrer. Até lá, que tal aprender a cair? Um dos primeiros passos é conseguir enxergar o buraco antes de cair, há buracos que têm uma força desconhecida que te atrai, parece o canto das sereias, quando você se dá conta, está lá, dando um último beijo, gastando só com mais um sapato, provocando para discutir e reforçar a ‘coitadice’.
Quais são os seus buracos? Álcool, mulheres, cartão de crédito, vitimização etc. etc. Caiu, tocou o chão, como já diz a letra ‘levanta, sacode a poeira e dá a volta por cima’, levanta! O perigo de estar no buraco é que ele também atrai outras pessoas, e quando percebemos estamos juntos discutindo os tipos de buraco, sua profundidade, cheiro, quantidade de luz, limitando a vida à dança das sombras.
Não existe vida sem buraco. O que precisamos aprender é qual a lição que existe em cada um deles e sair o mais rápido possível. Recentemente li um artigo da Cris Souza Fontes que dizia: “… Somos derrubados com muita frequência, bem o sei. Já me derrubaram algumas vezes e, em outras, eu mesma me derrubei. Estava tão infeliz com a vida que levava, tão distante de meus propósitos e, mal sabia quais eles eram que eu me derrubei.
Me vi no chão frio, abraçada a ele, como se nada mais pudesse fazer. Como se não houvesse esperanças pra mim. Fazemos escolhas no decorrer da vida. Você faz as suas e eu continuo a fazer as minhas. Mas escolhi mal lá atrás. Me perdi na desculpa esfarrapada de quem queria se encontrar. Entreguei minha vida ao vazio e abracei o chão. Bem, isso foi bem mais que só tocá-lo. Eu o abracei e por lá fiquei um tempo.
A gente nunca sabe quanto tempo, só sabe que o chão é tudo aquilo que lhe toca. Hoje, mesmo que eu tenha oscilações de humor, de pensamentos… (poxa, afinal somos humanos, né?) eu não permaneço no fundo, mesmo que eu caia algumas vezes. Eu não fico lá. Eu levanto. Normalmente, no dia seguinte. Porque aprendi e todo tempo que fiquei deitada abraçando o nada eu estava perdendo um precioso tempo no qual eu poderia estar vivendo, aprendendo, experimentando…”. Olhe seus buracos com amor, eles te trouxeram até aqui, todos eles, mas desvie, existem outros caminhos a serem trilhados, ao seu lado só esperando a sua coragem. Namastê.