Agronegócio

Revendas de insumos devem crescer 8% a 10% no Brasil este ano, estima Andav

A Associação Nacional das Distribuidoras de Insumos Agrícolas e Veterinários (Andav) acredita em um crescimento de 8% a 10% nos negócios entre as suas associadas neste ano. Em 2016, o faturamento somou R$ 37 bilhões, 78,72% do total das revendas no Brasil: R$ 47 bilhões no ano passado, de acordo com dados da entidade que representa o setor.

Apesar das incertezas na economia e do crédito considerado restrito, a Associação espera área plantada maior na safra 2017/2018. O agricultor tende a aumentar a aplicação da tecnologia no campo e deve haver mais avanço de lavouras sobre áreas de pastagens no Brasil.

“O agricultor vai plantar. Com ele investindo em equipamentos e a recuperação das pastagens, é facilmente dedutível a área será maior”, diz o presidente executivo da Andav, Henrique Mazotini, que abriu, nesta segunda-feira (14/8) o 7º Congresso da entidade, em São Paulo (SP).

Apesar do otimismo, ainda preocupa o atraso do produtor na compra de insumos. Nas estimativas da Andav, em média, entre 50% e 60% dos pacotes estão vendidos. Nessa época, o normal seria a safra de verão estar praticamente fechada e negócios sendo prospectados para a safrinha seguinte.

Diante disso, um cenário que meses atrás ainda era visto como possibilidade pelos executivos da entidade agora é considerado provável. Com o ritmo mais lento da comercialização, ficou maior o risco de atraso na entrega dos insumos em função de problemas de logística.

“Não vai faltar produto, mas vai atrasar a entrega e isso pode aumentar o custo logístico para o produtor. Ele precisa decidir logo o que comprar porque o frete vai ficar mais caro”, avalia Mazotini, garantindo que as revendas têm estoques suficientes para atender à demanda.

Dados da Andav mostram que os estoques das distribuidoras de insumos corresponde a 23% do faturamento anual. O volume corresponde a 84 dias de demanda, 19 a menos que no ano passado.

Fluxo de caixa

Na sua sétima edição, o Congresso Andav discute questões estratégicas ligadas à distribuição de insumos. Entre os principais assuntos, estão governança corporativa, fontes de financiamento, gestão de risco e o cenário de fusões e aquisições no setor.

Durante a abertura do evento, foi apresentada uma pesquisa com o perfil do setor, feita com as revendas ligadas à entidade. Com margem de erro de 4%, a segunda edição do levantamento teve a participação de 65% dos associados.

A Andav reúne 1,6 mil pontos de venda pertencentes a 371 empresas. Dessas, 119 companhias faturam até R$ 20 milhões por ano. Outras 167 têm receita de R$ 20 milhões a R$ 100 milhões. Faturando entre R$ 100 milhões e R$ 500 milhões são 70. E outras 15 estão acima de R$ 500 milhões anuais.

Baseado em números de 2016, a pesquisa mostrou que o mercado total de insumos no Brasil é de R$ 109,7 bilhões. O valor considera a atuação das próprias revendas, além de tradings, vendas diretas dos fabricantes para empresas agrícolas e comercialização através de cooperativas. As empresas ligadas à Andav representam 33,7% desse total.

Ainda conforme a pesquisa, uma das principais preocupações dos revendedores de insumos é com o fluxo de caixa, que afeta a rentabilidade das empresas. A Pesquisa, em média, um período de 38 dias de descasamento entre pagamentos e recebimentos das empresas durante o período de safra.

“O mercado não é ruim. É rentável, mas o que o faz tropeçar é o caixa”, afirma Estevan Bento, diretor da Andav responsável pela apresentação dos dados. “O nosso negócio é caro e a necessidade de capital de giro bastante elevada”, pontua Mazotini, presidente executivo.

O gargalo do fluxo de caixa poderia ser minimizado com a maior utilização de ferramentas como o barter, troca de produto por insumo. Atualmente, a modalidade representa mais de um terço do faturamento para apenas 23% dos associados à Andav e deveria ser mais estimulada.

“É uma ferramenta muito importante que dá uma tranquilidade maior, principalmente para os médios. Mas nem todo mundo entende o processo e temos feito orientações sobre isso”, afirma Mazotini.

Redação

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